Carris diz que condutora de tuk-tuk “actuou de forma intempestiva”

Carris afirma que condutora de tuk-tuk causou danos na viatura e ferimentos ligeiros no guarda-freio. Estão a decorrer “diligências internas” para o “apuramento de eventuais responsabilidades”.

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Incidente entre guarda-freio da Carris e condutora de tuk-tuk ocorreu em Abril daniel rocha

A divulgação, no início desta semana, do vídeo de uma condutora de tuk-tuk a partir o vidro de um eléctrico da carreira 28, em Lisboa, levantou uma onda de críticas. A associação que representa estes veículos turísticos alegou que as imagens só contavam uma parte da história e assegurou que o guarda-freio tinha vindo, desde a Baixa até à Sé, a usar o sinal sonoro insistentemente. A Carris, por seu lado, contrapõe: a condutora “actuou de forma intempestiva”, tendo mesmo ferido o funcionário da empresa.

Segundo fonte oficial da Carris, “quando circulava no Largo da Sé, o eléctrico deparou-se com a via impedida pela presença de um tuk-tuk”, situação essa que levou o guarda-freio do eléctrico, “como é habitual”, a accionar “a campainha para alertar o condutor da viatura terceira”. “Depois do alerta, o condutor do citado veículo actuou de forma intempestiva, tendo causado danos materiais na nossa viatura e ferimentos ligeiros no guarda-freio”.

A Carris informa ainda que “após a ocorrência, e depois de acautelado o bem-estar do nosso colaborador, o eléctrico prosseguiu viagem até ao Martim Moniz e daí recolheu à nossa estação para troca da viatura”.

Face ao sucedido, a empresa de transportes públicos de Lisboa esclarece que “de momento, e atendendo à natureza dos factos em causa, encontram-se a decorrer diligências internas para o apuramento de eventuais responsabilidades”.

O incidente ocorreu pelas 14h00 no passado dia 3 de Abril, mas só esta semana ganhou maiores proporções através da partilha de um vídeo nas redes sociais. As imagens são claras: Um tuk-tuk, parado em cima da linha de circulação do eléctrico (junto à Sé de Lisboa), impossibilita a progressão do veículo pertencente à Carris. O guarda-freio do eléctrico 28 faz uso (de forma intensiva) do sinal sonoro do seu veículo. A condutora do tuk-tuk, visivelmente insatisfeita, dirige-se ao veículo da Carris e parte a janela da frente. Depois, regressa ao tuk-tuk e retira-o da linha, voltando para junto do eléctrico para protestar por estar a ser filmada. Por sua vez, o guarda-freio afirmava os passageiros, em inglês, que a viagem terminava ali.

A Associação Nacional dos Condutores de Animação Turística (ANCAT), através de comunicado, afirmou que as imagens, recolhidas pelo guarda-freio, não contam tudo pois o vídeo em questão “corresponde apenas à parte final do que realmente se passou e corresponde ao interesse de quem captou as imagens”. E adianta que haveria um clima de tensão entre os dois condutores que já vinha desde a Baixa.

Segundo a ANCAT, a condutora do tuk-tuk deslocou-se à Carris “para apresentar queixa contra a provocação do guarda-freio” e terá recebido uma resposta da empresa a “lamentar a atitude provocatória do seu funcionário”, algo que a Carris não refere na resposta dada ao PÚBLICO.

Texto editado por Ana Fernandes

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