O que mudou nos aeroportos com a pandemia
Mapa interactivo
—Destinos continuados
—Destinos novos
—Destinos perdidos
* Aeroportos geridos pela ANA
A recuperação do tráfego aéreo está a acelerar-se, embora com diferentes ritmos, conforme o aeroporto nacional. Dados disponibilizados ao PÚBLICO pela ANA-Aeroportos de Portugal sobre a previsão para este Verão IATA — e que corresponde ao período temporal do sector que vai desde o início de Abril ao final de Outubro — mostram que, depois da queda abrupta de 2020 na sequência da pandemia de covid-19, que bloqueou muitas das conexões e levou à redução de 41 milhões de passageiros, o sector das viagens aéreas está a 97% dos valores de 2019, quando se compara o número de rotas (ligações entre aeroportos): se nesse ano havia 196 rotas directas, para este Verão são esperadas 191
Covid-19 e guerra tiram países do mapa, turismo traz novos
Dados referem-se ao Verão IATA
(final de Março a final de Outubro de cada ano)
* Aeroportos geridos pela ANA
Numa análise por aeroportos, percebe-se que a infra-estrutura mais distante do cenário de 2019 é a de Lisboa, enquanto a do Funchal e a de Ponta Delgada já superaram os níveis desse ano, tanto em termos de número de ligações com outros países, como de rotas e de companhias áreas a operar, impulsionadas pelo turismo. No caso da Madeira, a grande novidade foi a aterragem da Ryanair na região. Outro indicador é o número das frequências de voo a nível semanal, no qual também se destaca o aeroporto do Porto, com a previsão de 947 frequências este Verão, contra as 941 registadas em 2019
Lisboa e Faro mais longe de 2019
Dados referem-se ao Verão IATA
(final de Março a final de Outubro de cada ano)
* Aeroportos geridos pela ANA
Há, ainda, muito menos companhias aéreas a operar em Portugal, tendo o seu número descido de 73 para 55, e perderam-se ligações com alguns países que ainda não foram recuperadas, como é o caso da Coreia do Sul e do Qatar, a que se juntaram este ano a Rússia e a Ucrânia por causa da guerra. Por outro lado, ganharam-se novos destinos, como a Islândia, havendo também o desígnio de haver um voo regular para Cuba. Neste caso, trata-se de um projecto que poderá ainda não arrancar este ano, mas que consta do plano desenhado pela ANA com base nos dados das companhias aéreas
Ilhas são excepção à quebra das companhias
Dados referem-se ao Verão IATA
(final de Março a final de Outubro de cada ano)
* Aeroportos geridos pela ANA
Os dados oficiais também vão dando sinais da recuperação das viagens aéreas — que passaram a ser alvo de uma taxa em Portugal por causa dos impactos ambientais: segundo a Vinci, grupo francês dono da ANA, em Abril o número de passageiros nos aeroportos portugueses foi inferior em 6,5% ao do mesmo mês de 2019 (tinha sido de -16% em Março), percentagem que desce para 5,3% no número de movimentos aéreos (-10% em Março). Os dados mais específicos são de Março, com o regulador, a ANAC, a dar pormenores por aeroporto, e com Lisboa e Funchal nos dois extremos: na capital houve 1893 mil passageiros, -20,5% face a Março de 2019, e no Funchal houve 255 mil, o que representa uma variação de -4,1%
Número de voos a subir
Evolução da média de frequências/semana, voos de passageiros regulares
Dados referem-se ao Verão IATA
(final de Março a final de Outubro de cada ano)
Os aeroportos são a porta de entrada da esmagadora maioria dos turistas, e, apesar de o número de passageiros ainda não ter voltado para os níveis de 2019, o mês de Março trouxe também uma boa notícia para sector, já que nesse mês, de acordo com os dados do Banco de Portugal, as receitas turísticas (medidas pelo valor das exportações destes serviços) atingiram os 1176 milhões euros, 59 milhões acima de Março de 2019.