Gruta em Espanha foi usada como tela e jazida durante mais de 50 mil anos

A combinação de datação radiométrica e de análise de fósseis e artefactos permitiu aos autores do estudo concluir que os primeiros ocupantes da caverna possivelmente eram neandertais, há mais de 65 mil anos.

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Escavações na gruta de Ardales, em Málaga Ramos-Muñoz et al., CC-BY 4.0

Uma gruta no Sul de Espanha foi usada pelo homem pré-histórico como tela para pinturas e como jazida durante mais de 50 mil anos, revela um estudo publicado esta semana baseado nas primeiras escavações feitas no local.

A gruta de Ardales, em Málaga, é conhecida por conter mais de mil pinturas e gravuras feitas por povos pré-históricos, além de artefactos e fósseis. A combinação de datação radiométrica e de análise de fósseis e artefactos permitiu aos autores do estudo, divulgado na publicação científica de acesso aberto Plos One, concluir que os primeiros ocupantes da caverna possivelmente eram neandertais, há mais de 65 mil anos.

Os humanos modernos chegaram mais tarde, há cerca de 35 mil anos, e usaram a gruta esporadicamente até ao início da Idade do Cobre. A arte rupestre mais antiga da gruta consiste em sinais abstractos, como pontos, pontas de dedos e palmas da mão criados com pigmento vermelho, enquanto obras de arte posteriores retratam pinturas figurativas, como animais. Fósseis humanos indicam que a gruta era usada como jazida na época do Holocénico, mas os poucos vestígios de actividades domésticas sugerem que os humanos pré-históricos não viviam nela, segundo os investigadores da universidade espanhola de Cádis que conduziram o estudo.

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