Rússia elimina limite de idade para ingressar no exército e facilita concessão de cidadania
Maiores de 40 anos vão poder assinar contrato com as Forças Armadas. Putin também assinou um decreto que simplifica a concessão da cidadania russa a moradores de Kherson e Zaporizhzhia.
O Parlamento russo acaba de aprovar uma lei para eliminar o limite máximo de 40 anos para ingressar no exército com contrato. A legislação pretende reforçar o poderio militar da Rússia, que invadiu a Ucrânia há três meses, mas foi entendida pelos especialistas como o reconhecimento de que o país invasor está a enfrentar escassez de infantaria.
De acordo com o diploma que já tinha sido apresentado há dias e que foi agora aprovado pela Duma (a câmara baixa do Parlamento), é removido o limite máximo de idade para assinar contrato com as Forças Armadas. Actualmente, apenas os russos entre os 18 e os 40 anos e os estrangeiros entre os 18 e os 30 anos podem assinar um primeiro contrato com o exército.
A lei foi proposta pelo partido Rússia Unida, do Governo, que justificou a sua aplicação com a necessidade de permitir aos mais novos que aprendam com as habilidades de profissionais mais velhos. “Para o uso de armas de alta precisão, operação de armas e equipamentos militares, são necessários especialistas altamente profissionais. A experiência mostra que esse grau de profissionalização só chega aos 40/45 anos”, lê-se no preâmbulo do diploma.
A legislação também facilitará o recrutamento de médicos civis, engenheiros e especialistas em operações e comunicações.
Cidadania mais rápida
Também nesta quarta-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto que simplifica o processo de concessão da cidadania russa a moradores das regiões de Kherson e Zaporizhzhia, na Ucrânia — ambas ocupadas pela Rússia.
O decreto estende um esquema disponível desde 2019 a residentes de áreas controladas por separatistas apoiados pela Rússia nas regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk para adquirir cidadania e passaporte russos.
A deputada ucraniana, Ivanna Klympush-Tsintsadze disse, através da sua página oficial do Twitter, que o decreto “transforma a ocupação em anexação” e acusou as forças russas de “primeiro destruir e depois roubar os nossos territórios e pessoas”.