Candidatura de João Leão saiu “reforçada” de reunião do Eurogrupo

Fernando Medina diz estar com a “confiança reforçada” relativamente ao sucesso da candidatura portuguesa à liderança do Mecanismo de Estabilidade Europeu. Para além de João Leão, o luxemburguês Pierre Gramegna é o outro concorrente com mais apoios.

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Daniel Rocha

Eram quatro candidatos, mas agora restam apenas três, com dois a destacarem-se como favoritos e um deles é João Leão. A candidatura do ex-ministro das Finanças à liderança do Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE) saiu reforçada da reunião do Eurogrupo realizada esta semana, assumiu esta terça-feira Fernando Medina, que fala de aumento das possibilidades de vitória nesta corrida para um dos principais cargos económicos da UE.

Em conjunto com o luxemburguês Pierre Gramegna, o italiano Marco Buti e o holandês Menno Snel, João Leão foi um dos candidatos lançados no início do mês para o cargo de director geral do MEE, a entidade que tem como uma das tarefas emitir nos mercados dívida europeia que serve para financiar os empréstimos concedidos aos países que entrem em dificuldades.

Esta segunda-feira, na reunião do Eurogrupo, os ministros das Finanças da zona euro tiveram uma primeira discussão sobre os candidatos e realizaram uma primeira votação para reduzir o número de candidatos e facilitar a decisão final que terá de ser tomada no conselho de governadores do MEE (composto também pelos ministros das Finanças da zona euro). Os resultados da votação não são públicos, mas levaram de imediato a que os Países Baixos retirassem o seu candidato, Menno Snel.

Já a Itália, apesar de Marco Buti ter tido também muito poucos apoios no Eurogrupo, decidiu manter a candidatura viva.

De qualquer modo, claramente à frente na corrida ficaram Pierre Gramegna e o candidato apresentado por Portugal, João Leão, que parecem repartir os apoios dos ministros das Finanças.

Fernando Medina, na conferência de imprensa em Bruxelas que se seguiu às reuniões dos últimos dois dias do Eurogrupo e do Ecofin, não escondeu o aumento do optimismo que se vive em torno da candidatura do seu antecessor nas Finanças. A discussão e votação, disse, “confirmaram o prestígio que João Leão tem dentro do Eurogupo”, assinalando que nesta fase se está perante “dois candidatos, dois ex-ministros das Finanças”.

Nada está ainda decidido, e nada estará decidido até ao conselho de governadores do MEE, mas temos expectativas de que o escolhido possa ser João Leão, que saiu desta reunião reforçado no seu prestígio e nas suas possibilidades”, disse o ministro das Finanças, falando igualmente de uma “confiança reforçada” nesta candidatura.

As reuniões do Eurogrupo e do Ecofin realizadas esta segunda e terça-feira, ocorreram também logo a seguir à decisão da Comissão Europeia de propor um prolongamento da suspensão das regras orçamentais europeias, através da aplicação, até final de 2023, da cláusula de escape do Pacto de Estabilidade e Crescimento.

Na reunião do Ecofin, a proposta teve, garantiu Fernando Medina, “um apoio generalizado dos Estados membros”. Portugal, que desde 2021 já apresenta um défice abaixo de 3% e que está também a cumprir a regra de redução anual do rácio da dívida em um vigésimo do diferencial face a 60% do PIB, também manifestou o seu apoio.

“Foi uma decisão positiva da Comissão Europeia, seria contraproducente, no actual cenário de incerteza, estar a pressionar mais os países, vários deles com situações delicadas do ponto de vista orçamental. Não dizemos isto em causa própria, já estamos a cumprir as regras, mas achamos bem”, afirmou o ministro das Finanças.

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