Caixa aumenta lucros para 145,6 milhões no primeiro trimestre

A melhoria dos resultados foi conseguida apesar do “contexto desafiante do primeiro trimestre”, marcado pela guerra na Ucrânia, as pressões inflacionistas e a subida das taxas de juros.

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Paulo Macedo, presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos. LUSA/MIGUEL A. LOPES

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) reportou um resultado líquido de 145,6 milhões de euros no primeiro trimestre de 2022, valor que representa uma subida de 80,5% em relação aos lucros de 81 milhões que tinham sido registados em igual período do ano passado. A contribuir para esta evolução esteve a actividade comercial, num período em que tanto a carteira de crédito como os depósitos aumentaram.

Os resultados foram divulgados esta quinta-feira pelo banco público, que dá conta de que a melhoria dos resultados foi conseguida mesmo em “contexto desafiante do primeiro trimestre de 2022, marcado pelo início de um conflito militar em território europeu, aumento de pressões inflacionistas e subidas de taxas de juros.

Apesar deste cenário, a Caixa aumentou a carteira de crédito em quase 5%, para um montante bruto total de 53.393 milhões de euros no final de Março. Este crescimento foi conseguido num trimestre em que o banco aumentou as operações de concessão de crédito à habitação em mais de 12%, tendo concedido um valor total de 871 milhões de euros (mais 20% do que em igual período de 2021). Já a concessão de crédito a empresas cresceu 2,4% no primeiro trimestre, totalizando 380 milhões de euros.

Ainda relativamente ao crédito, o rácio de NPL (do inglês non performing loans, ou crédito malparado) reduziu-se para 2,8% no final do primeiro trimestre. Já as imparidades destinadas exclusivamente a cobrir perdas relacionadas com o crédito reduziram-se em 36,8 milhões de euros, totalizando 22,9 milhões no final de Março, enquanto o conjunto das provisões e imparidades diminuiu em 67,7 milhões de euros. Este, aponta a Caixa, é um movimento que “reflecte um retorno a uma situação de relativa normalidade na gestão do risco de crédito após um período marcado pelas acções preventivas adoptadas com o aparecimento da pandemia de covid-19”.

Considerando o volume de imparidades para crédito, o rácio de cobertura totalizou 107,2%, um aumento face ao primeiro trimestre de 2021, mas uma redução face ao rácio de 110,5% que era registado no final do ano passado. O rácio de NPL líquido mantém-se em 0%.

Também no que diz respeito aos recursos do banco se regista uma evolução positiva, com os depósitos de clientes a aumentarem em 1,6% (mais 1292 milhões de euros), para 80.958 milhões de euros. Este aumento é justificado com a “elevada taxa da poupança doméstica”, que, ainda assim, ficou “abaixo do registado no início de 2021”.

Do ponto de vista operacional, também há melhorias. A margem financeira aumentou em 14,1% face ao primeiro trimestre do ano passado, totalizando perto de 273 milhões de euros. Ao mesmo tempo, os resultados alcançados com serviços e comissões totalizaram 147 milhões de euros no período em análise, um aumento de 16%.

Por outro lado, os resultados com operações financeiras caíram 36%, para um total de 29 milhões, enquanto os custos de estrutura aumentaram em 18,5%, fixando-se em 278,5 milhões de euros, um agravamento explicado, essencialmente, pelo “ajustamento de provisões de benefícios pós-emprego e ajustamento nos custos previstos com o programa de pré-reformas”.

O produto global da actividade da Caixa acabou, assim, por crescer mais de 18%, ultrapassando os 457,7 milhões de euros.

No que diz respeito à solidez do banco, o rácio core equity tier 1 manteve-se inalterado face ao que já tinha sido registado no final do ano de 2021, em 18,2%.

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