Lucros da CGD descem 6% para 81 milhões

Na apresentação dos resultados, o presidente executivo do banco público, Paulo Macedo, destacou a “realização com sucesso” do plano estratégico 2017-2020.

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) teve lucros de 81 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, menos 6% do que os 86,2 milhões de euros do mesmo período do ano passado, segundo comunicado ao mercado.

No primeiro trimestre, segundo a CGD, foram reforçadas as imparidades de crédito em 59,6 milhões de euros “em antecipação dos efeitos da crise pandémica”.

Na apresentação dos resultados, o presidente executivo do banco público, Paulo Macedo, destacou a “realização com sucesso” do plano estratégico 2017-2020 (acordado entre o Estado português e a Comissão Europeia), afirmando que nos últimos quatro anos a CGD recuperou todos os prejuízos históricos registados em 2016 (1859 milhões de euros), visto que “foram anulados pelos resultados positivos gerados desde então”, além de que melhorou os indicadores de solvabilidade, eficiência, qualidade dos activos, entre outros.

5705 milhões em moratórias

A CGD tinha 5705 milhões de euros em créditos com moratórias no final de Abril, abaixo do valor de Janeiro.

Do valor de créditos com moratórias (suspensão de pagamento de capital e/ou juros), que corresponde a 13% da carteira de crédito total, 2.391 milhões de euros são referentes a crédito a particulares e 3.314 milhões de euros a crédito a empresas.

O total de crédito em moratórias em Abril (5705 milhões de euros) representava menos 4,8% do que montante de crédito em moratórias em final de Janeiro (5.992 milhões de euros).

Já face a Setembro de 2020, quando foi atingido o ‘pico’ de crédito em moratórias (6.906 milhões de euros), a redução é de 17,4%.

A maioria das moratórias termina em 30 de Setembro, sendo nessa altura avaliado o impacto do fim das moratórias sobre a qualidade da carteira de crédito.

Quanto às linhas de crédito covid, para financiamento a empresas afectadas pela crise pandémica, no final de Abril a CGD tinha 1.917 milhões de euros emprestados, mais 51% do que em Janeiro.

Do total de 1.917 milhões de euros em crédito, 1.278 milhões de euros são créditos com garantia de estado, referindo a CGD que, ao abrigo da lei, “concedeu a extensão do período de carência a 4.336 operações com garantias públicas, no valor total de 484 milhões de euros”.

Injecção no Novo Banco está a ser ultimada

Sobre o financiamento bancário ao Fundo de Resolução para capitalização do Novo Banco, Paulo Macedo revelou que “está a haver a preparação do financiamento, espera-se que esteja a ser ultimado. As coisas correm o caminho normal”.

O Jornal Económico noticiou na semana passada que o sindicato bancário composto por sete bancos deverá disponibilizar 475 milhões de euros ao Fundo de Resolução, dos quais cerca de 430 milhões de euros serão usados já para capitalizar o Novo Banco.

Os bancos que terão maior fatia do empréstimo serão CGD e BCP, tendo os restantes uma participação menor.

Já no ano passado foi negociado um empréstimo dos bancos ao Fundo de Resolução (também para capitalizar o Novo Banco) mas acabou por não avançar.

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