CP superou níveis de procura pré-pandemia, metros e barcos ainda não

Linhas urbanas e longo curso impulsionaram o transporte de passageiros na CP no primeiro trimestre. Metro de Lisboa é o que está mais distante do período anterior à covid-19, seguindo-se a Transtejo/Softlusa e o Metro do Porto.

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Proveitos de tráfego ainda estão 28% abaixo do primeiro trimestre de 2019 Miguel Manso

A CP já conseguiu superar o número de passageiros que transportava antes da pandemia, ao contrário do que sucedeu no Metro do Porto, no Metro de Lisboa e na Transtejo/Softlusa, que continuam abaixo dos níveis de 2019.

No primeiro trimestre deste ano, de acordo com os dados da CP, foram transportados mais de 32 milhões de passageiros (validações), o que representa uma subida da ordem dos 3% face ao primeiro trimestre de 2019 (a covid-19 foi declarada pandemia a 11 de Março de 2020). Se a comparação for feita com idêntico período do ano passado, verifica-se um salto de 104%.

De acordo com o comunicado da CP, disponibilizado esta segunda-feira, “é no transporte de longo curso que o aumento da procura é mais acentuado, tendo o Alfa Pendular registado a recuperação mais significativa com 338 mil passageiros transportados, um aumento de 440%”.

O maior peso, no entanto, vem das linhas urbanas, com os comboios da zona de Lisboa a transportar 24 milhões de passageiros (mais 95% face a idêntico período de 2021); seguindo-se 4,7 milhões de passageiros nos comboios urbanos do Porto (+130%) e os comboios urbanos de Coimbra com 202 mil passageiros (+115%).

A recuperação nos passageiros entre Janeiro e Março deste ano não se reflectiu de igual forma nas receitas, uma vez que, segundo a empresa pública, os proveitos de tráfego ainda estão 28% abaixo dos obtidos no primeiro trimestre de 2019.

No comunicado, a CP diz acreditar que “o regresso progressivo ao trabalho presencial contribuiu para este aumento de passageiros”, a par do “alargamento dos serviços prestados” e de “uma maior consciencialização da população para a utilização do comboio enquanto meio de transporte seguro, rápido e ecologicamente sustentável”. A recuperação do turismo também deverá ser um facto a ter em conta.

No caso do metro de Lisboa, os dados do primeiro trimestre disponibilizados pelo Ministério do Ambiente dão nota de 28,7 milhões de passageiros, o que representa uma queda de 33% face a 2019, apesar de forte recuperação em relação ao ano passado (+146%). A Transtejo/Softlusa registou 3,4 milhões de passageiros, -26% face a 2019 (e +102% em comparação com 2021) e o Metro do Porto teve 13,7 milhões de passageiros, -14% em relação a 2019 (+129% em comparação com 2021).

Numa análise mensal do primeiro trimestre, verifica-se uma tendência crescente de recuperação face ao período pré-pandémico, com o Metro do Porto a perder 3% em Março deste ano face a Março de 2019, enquanto o Metro de Lisboa perdeu 24% e a Transtejo/Softlusa perdeu 18%.

Entretanto, o Ministério do Ambiente disponibilizou esta terça-feira os dados de Abril, que mostram um ligeiro recuo nesta tendência ao nível dos metropolitanos. Assim, o Metro do Porto transportou menos 6% passageiros face a Abril de 2019, o Metro de Lisboa menos 28%, enquanto a Transtejo/Softlusa teve menos 14%.

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