Entre oito e dez generais russos mortos durante a guerra, dizem EUA

Director da Agência de Inteligência e Defesa dos Estados Unidos diz que o conflito na Ucrânia está neste momento num “impasse” devido à forte resistência ucraniana.

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Directora dos Serviços Secretos norte-americanos diz que o Presidente russo, Vladimir Putin, se está a preparar para um conflito longo Reuters/SPUTNIK

Os serviços de informação americanos consideram que a guerra na Ucrânia está neste momento num “impasse” e que o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, está a preparar-se para um longo conflito, numa altura em que já foram mortos pelo menos oito generais russos durante a guerra.

De acordo com declarações do tenente-general Scott Berrier, director da Agência de Inteligência e Defesa dos Estados Unidos, perante a comissão de Serviços Armados do Senado, a actual situação advém da forte resistência ucraniana, que surpreendeu os russos.

“Os russos não estão a ganhar e os ucranianos não estão a ganhar. E estamos numa espécie de impasse”, disse, acrescentando que, desde o início do conflito, entre oito e dez generais russos já foram mortos pelas forças ucranianas.

Na mesma audição, a directora dos Serviços Secretos norte-americanos, Avril Haines, disse que uma vitória russa na região do Donbass, a região este da Ucrânia, pode não significar o fim da guerra.

“Verificámos que o Presidente Putin está a preparar-se para um conflito prolongado na Ucrânia, durante o qual ainda pretende atingir objectivos para além do Donbass”, disse a responsável.

Desde o início do conflito, a 24 de Fevereiro, a Rússia destacou milhares de tropas em território ucraniano, mas os resultados têm sido parcos face à forte resistência ucraniana.

Por outro lado, o total de vítimas continua a aumentar face à invasão russa, que o Governo de Moscovo continua a chamar de “operação militar especial”. Segundo as Nações Unidas (ONU), o número de civis mortos às mãos das tropas russas desde o início da invasão é muito superior aos 3381 que foram estimados.

Sem revelar um número oficial de baixas, a chefe da Missão dos Direitos Humanos da ONU, Matilda Bogner, referiu que “o grande buraco negro” é a cidade portuária de Mariupol, cercada por forças russas.

“Temos estado a trabalhar em estimativas, mas tudo o que posso dizer por agora é que são muitos milhares mais do que os números que vos demos actualmente”, referiu numa conferência de imprensa.

Além das vítimas mortais, estima-se que mais de oito milhões de ucranianos tenham sido obrigados a abandonar as suas casas.

Na audição no Senado, Avril Haines disse que Putin contava com um enfraquecimento da resposta do Ocidente à invasão, o que acabou por não se verificar e causou preocupação em relação ao desenrolar do conflito.

“Combinando isso com o facto de que Putin enfrenta um desfasamento entre as suas ambições e a actual capacidade militar convencional da Rússia, (…) os próximos meses podem ver-nos avançar numa trajectória mais imprevisível e, potencialmente, de escalação do conflito”, disse Avril Haines.

Isso pode significar o recurso a armamento nuclear? Questionado sobre isso, Scott Berrier disse que os serviços de informação norte-americanos “não vêem isso” como uma possibilidade, para já.

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