Turista em Veneza? O “bilhete” de entrada vai custar até 10 euros

Por fim, Veneza vai avançar com “bilhete” de entrada para turistas que não estejam alojados em hotéis da cidade – estes já pagam a taxa turística. Objectivo: controlar o fluxo turístico. O sistema de reserva de entradas online começa a ser testado em Junho. A taxa entra em vigor em Janeiro, com preços de 3 a 10 euros.

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Veneza não quer voltar às enchentes pré-pandemia EPA/VALENTIN FLAURAUD / HANDOUT

A medida tinha sido aprovada pelo Governo italiano em 2018 como solução para reter o fluxo massivo de turistas na cidade, tendo sido adiado com a pandemia. Agora, depois do número de turistas em Veneza ter chegado aos valores pré-covid no fim-de-semana de Páscoa, as autoridades anunciaram que a medida vai mesmo avançar.

A partir de Junho, é posto em acção o sistema de reservas de entradas online. Para já, será voluntário, em 2023, altura em que o pagamento da taxa entrará em vigor, tornar-se-á obrigatório. Para levar os turistas a voluntariamente se registarem, adianta a autarquia de Veneza, haverá incentivos e mais-valias.

O site de reservas “está a ser concluído pelo município”, avança Simone Venturini, vereadora do turismo de Veneza, ao La Repubblica. “Quem reservar vai receber incentivos, como descontos nas entradas em museus. Para determinar a taxa de acesso, definiremos um limite máximo de 40.000 ou 50.000 visitantes por dia.”

A partir de Janeiro, quem quiser visitar a cidade sem pernoitar terá, de facto, de reservar com antecedência a entrada na cidade, e pagar entre 3€ e 10€, dependendo do dia e do movimento de pessoas esperadas. De acordo com Luigi Brugnaro, autarca de Veneza, a cidade é “a primeira no mundo” a fazer “esta experiência difícil”.

Há excepções para algumas situações, sendo a mais evidente para os turistas a da pernoita: quem pernoitar na cidade fica isento, visto que já é cobrada a cada vez mais habitual taxa turística (até 5 euros por noite). E quem vive na região de Veneto, apesar de ser obrigado a reservar a entrada, fica também isento do pagamento. Outras excepções, como a necessidade de ir à cidade para um funeral ou visitar um familiar, por exemplo, serão anunciadas ao longo das próximas semanas.

“O turismo em Veneza está a recomeçar e é uma lufada de ar fresco para os operadores [turísticos]”, afirmou Luigi Brugnaro, autarca da cidade, numa publicação no Twitter. “Hoje, muitos entenderam que o sistema de reservas é o caminho certo para uma gestão mais equilibrada do turismo.”

Antes da pandemia, a cidade italiana atraía cerca de 30 milhões de pessoas por ano, um número considerado excessivo e que levou Veneza, nos últimos anos, a ponderar medidas de contenção. Os visitantes têm regressado aos poucos, tendo a Páscoa mostrado que o regresso das massas é quase uma certeza: no sábado de Páscoa, a cidade recebeu em redor de 120 mil turistas, no domingo passearam por aqui mais de 158 mil.


Actualização: Artigo com informação adicional e uma correcção : por lapso, referia-se que o pagamento entraria em vigor este Verão em lugar da data correcta: Janeiro de 2023.

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