Rússia limita entrada de cidadãos de “países hostis”

Acusando os países ocidentais de “russofobia” e criticando as sanções impostas em resultado da invasão da Ucrânia, Vladimir Putin assinou um decreto que dificulta a entrada no país de cidadãos de 36 “países hostis”.

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O decreto que limita a entrada de cidadãos de "países hostis" na Rússia entra em vigor esta segunda-feira Reuters/SPUTNIK

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou esta segunda-feira o decreto presidencial que formaliza as restrições de viagens, já anunciadas na semana passada, contra uma série de países considerados “hostis” por Moscovo. Esta lista abrange um total de 36 países, sendo que todos os 27 países da União Europeia fazem parte dela.

Surge este decreto “da necessidade de adoptar medidas urgentes para responder às acções hostis da União Europeia, segundo afirmou o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, que acusou ainda os líderes ocidentais de incitarem à “russofobia”, de acordo com a agência russa TASS,

“Acredito que este passo alarga as ferramentas para influenciar várias categorias de cidadãos estrangeiros. Em primeiro lugar, contra aqueles que estão envolvidos em crimes contra cidadãos russos no exterior. Em segundo lugar, aqueles que cometem injustamente perseguição jurídica contra o nosso povo. E, finalmente, aqueles que tomam decisões irracionais que violam os direitos e interesses legítimos dos cidadãos e organizações da Federação Russa”, explicou Lavrov.

Esta decisão vem, assim, suspender vários acordos multilaterais que estavam em vigor e que simplificavam a emissão de vistos para os viajantes com origem em todos os países da União Europeia, Noruega, Islândia, Suíça e Liechtenstein. Para além disso, o decreto cancela também várias provisões destinadas a simplificar a emissão de vistos especiais para delegações oficiais, membros dos governos estrangeiros, deputados, magistrados e jornalistas. Quem for portador de passaporte diplomático fica também impedido de entrar na Rússia sem recurso ao visto.

Fica, portanto, restringida a emissão de vistos múltiplos com validade de um ano para delegações oficiais e jornalistas, bem como vistos múltiplos com validade de cinco anos para membros de governos nacionais e regionais, parlamentos e tribunais.

A Rússia planeia também levantar as restrições a voos de e para Argentina, África do Sul, Argélia, Líbano, Peru, Paquistão e China. Os cidadãos chineses poderão também entrar na Federação Russa através das fronteiras terrestres. Esta lista estende-se, a partir de 9 de Abril, a um total de 52 “países amigos, aqueles que não aderiram à última vaga de sanções ocidentais contra Moscovo pela invasão à Ucrânia, como parte do plano russo de alívio das medidas tomadas para retardar a propagação da covid-19, segundo o primeiro-ministro Mikhail Mishustin, citado pela Reuters.

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