Theatro Circo recebe ciclo de piano com Abdullah Ibrahim e instalação de Diamanda Galás

Depois de uma interrupção de dois anos a sala de Braga organiza um Respira! com o cartaz “mais ambicioso de sempre”. O ciclo arranca com a estreia nacional “da mais recente estrela do mundo clássico/rap francês”, Sofiane Pamart, e terá patente no Mosteiro de Tibães Broken Gargoyles, de Diamanda Galás.

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Abdullah Ibrahim, de 87 anos, tocou com Duke Ellington, Max Roach, Don Cherry e Archie Shepp DR

O Theatro Circo, em Braga, acolhe o regresso do ciclo de piano Respira!, entre 5 e 7 de Maio, com uma edição que inclui o francês Sofiane Pamart, o sul-africano Abdullah Ibrahim e uma instalação da norte-americana Diamanda Galás. Depois de uma interrupção de dois anos, devido à pandemia de covid-19, a sala de Braga organiza um Respira! com o cartaz “mais ambicioso de sempre”, segundo comunicado divulgado esta segunda-feira.

No dia 5 de Maio, o Theatro Circo recebe a estreia nacional “da mais recente estrela do mundo clássico/rap francês”, Sofiane Pamart, descrito pela imprensa francesa como um “jovem prodígio de um universo ecléctico”, que junta os mundos do rap e da música clássica, tendo colaborado com Kerry James e Scylla, mas também com o grupo Kimberose e o cantor Arno. Formado com medalha de ouro do Conservatório de Lille, interpretando Ravel e Chopin, Pamart apresenta em Braga o álbum mais recente, intitulado Letters, com a conterrânea Christine Ott a abrir o serão.

No dia seguinte, o ciclo de piano do Theatro Circo recebe Macha Gharibian, também em estreia nacional, descrita, no seu site como tendo “origem arménia, coração parisiense e adopção nova-iorquina”. Multipremiada e com actuações pelo mundo, Macha Gharibian vai ter a franco-venezuelana La Chica a abrir.

No dia 7 de Maio, vai actuar o sul-africano Abdullah Ibrahim, de 87 anos, que tocou com Duke Ellington, Max Roach, Don Cherry e Archie Shepp, entre outros. Conhecido em tempos por Dollar Brand, nome do trio que formou em 1958, esteve na gravação do primeiro disco de jazz de músicos sul-africanos e registou também o tema Mannenberg - ‘Is where it's happening', “que rapidamente se tornou o hino não oficial para os sul-africanos negros”, na era do apartheid, de acordo com o seu site.

No âmbito do Respira!, o Theatro Circo vai ainda receber a instalação Broken Gargoyles, da norte-americana de origem grega Diamanda Galás, no Mosteiro de Tibães, entre 5 e 14 de Maio. Criada com o artista Daniel Neumann e “baseada em dois poemas de 1911 do poeta alemão Georg Heym, Das Fieberspital e Die Dämonen der Stadt, a obra consiste em vozes naturais e fortemente processadas, manipuladas, piano e várias outras fontes de som”.

Broken Gargoyles refere-se à denominação cínica dos soldados e dos seus rostos desfigurados pela guerra, os quais foram escondidos do público para que o povo alemão não percebesse essas vítimas horríveis. Os soldados desfigurados também tiveram de usar máscaras de metal, o que levou muitos a contraírem infecções graves, às vezes fatais”, acrescenta a descrição da obra, citada no comunicado do Theatro Circo.

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