Endividamento das famílias aumenta e depósitos abrandam em Fevereiro

Montante de empréstimos ao consumo subiu para o valor mais elevado desde Maio de 2020. Depósitos das empresas cresceram 14,7%.

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Consumo das famílias, com recurso a crédito, tem vindo a aumentar Nelson Garrido

O total de empréstimos a particulares voltou a acelerar em Fevereiro nas finalidades habitação e consumo, com aumentos de 4,6% e de 4,3%, respectivamente. Já os depósitos desaceleraram pelo terceiro mês consecutivo, revelam dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

O stock de empréstimos concedidos para habitação atingiu 97.500 milhões de euros e para consumo de 19.500 milhões de euros, quando comparados com Fevereiro de 2021. “O crescimento dos empréstimos na finalidade consumo não era tão elevado desde Maio de 2020”, destaca o BdP.

Em movimento contrário, no final de Fevereiro os particulares tinham depositado nos bancos residentes 174.000 milhões de euros, mais 6,1% do que no mesmo mês de 2021. Em Janeiro, o crescimento homólogo tinha sido de 6,3% e em Dezembro de 2021 de 7,1%.

“Apesar da desaceleração verificada pelo terceiro mês consecutivo, o montante de depósitos que os particulares detinham em bancos residentes atingiu um novo máximo histórico”, BdP.

Entretanto, dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística mostram que a taxa de poupança das famílias caiu para 10,9% do rendimento disponível no quarto trimestre de 2021, uma redução de 0,8 pontos percentuais face ao trimestre anterior. Assim, no final do ano passado, por cada 100 euros disponíveis, as famílias poupavam cerca de 10,9 euros.

“Este desempenho foi consequência do aumento em 2,3% do consumo privado (variação de 1,1% no trimestre anterior), superior ao crescimento do rendimento disponível (1,4%)”, refere o INE.

Depósitos das empresas crescem

Os dados do BdP mostram ainda que o montante de empréstimos concedidos às empresas totalizava 75.800 milhões de euros no final de Fevereiro, o que representa um crescimento de 3,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior, e prolongando a desaceleração observada entre Maio e Dezembro de 2021. Em Janeiro, o crescimento tinha sido de 4,6%.

A evolução dos empréstimos “justifica-se, em grande medida, pelos empréstimos concedidos às pequenas e médias empresas, cujo crescimento não era tão baixo desde Abril de 2020, mês após o qual foram disponibilizadas linhas de crédito de apoio às empresas no âmbito da pandemia”.

Quanto aos depósitos de empresas verificou-se um crescimento de 14,7%, para um total de 61.100 milhões de euros. Mas também em desaceleração face a Janeiro, mês em que o crescimento homólogo foi de 17,4%.

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