TAP sobe bilhetes entre três e 25 euros por causa do combustível

O valor do aumento dependerá das rotas. Companhia aérea diz que vão ser contratados “mais de cem tripulantes de cabine”, a prazo.

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LUSA/ELTON MONTEIRO

A subida do preço do petróleo e de derivados como o jetfuel fez a TAP subir a sobretaxa de combustível, uma decisão que terá um efeito de “mais três a 25 euros por viagem” (numa ida e volta será o dobro). O anúncio foi feito esta quinta-feira pela presidente da TAP, Christine Ourmières-Widener, numa cerimónia comemorativa dos 77 anos da companhia aérea na Feira de Turismo de Lisboa.

O valor do aumento dependerá das rotas, e da tipologia de bilhetes, sendo que os aumentos mais significativos deverão abranger as viagens de longo curso. Esta não foi, afirmou a gestora, “uma decisão fácil”, mas era um passo “inevitável” devido à pressão nos custos, tendo em conta a tentativa da companhia de ser, ao mesmo tempo, “competitiva” e dinamizar a procura.

“Vamos monitorizar o impacto” do aumento da sobretaxa, acrescentou a presidente executiva da TAP, algo que implica verificar o que estão a fazer os principais concorrentes. Neste momento, a TAP tem uma protecção contra a oscilação de preços que abrange 50% das compras de jetfuel, estando agora a negociar novos contratos. A percentagem de protecção futura, explicou a gestora, dependerá do preço final que for negociado.

Contratação de tripulantes

Christine Ourmières-Widener afirmou também que no pico da época de Verão serão retomadas mais rotas, estratégia que implica, entre outros aspectos, a recuperação de todos os voos para o Brasil e o reforço das pontes aéreas de Lisboa com o Porto, Funchal e Madrid. No caso europeu, o número de rotas chegará às 44. Na cerimónia, que contou com a presença do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, a gestora afirmou ainda que deverão ser contratados “mais de cem tripulantes de cabine”, a prazo, para responder à procura esperada no Verão.

Esta quarta-feira, a TAP comunicou também que ia suspender o corte adicional de 10% de tempo normal de trabalho e respectivo salário aos tripulantes de cabine, conforme foi negociado há um ano no âmbito do acordo de emergência.

Através de um comunicado enviado aos tripulantes, a companhia explicou que a medida entra em vigor a 1 de Abril e deverá durar até ao final do ano, e que a decisão tem como referência as previsões para o período de Verão do sector, que levaram a “apresentar medidas que viabilizam um aumento da capacidade da operação” a fim de preparar a empresa “para um desejável contexto de recuperação da actividade”.

A TAP assinalou, no entanto, que a suspensão pode “cessar em data anterior” ou até mesmo “ser prorrogada, em função da evolução da actividade à luz do plano de reestruturação”.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) já afirmou que recebeu a decisão com “enorme satisfação” e comunicou aos seus associados que está a trabalhar para “o fim definitivo” da medida em 2023.

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