Com as aves de Esposende, Diogo quer mostrar que andamos “a dormir”

O jovem fotógrafo pretende dar a conhecer a biodiversidade do concelho de Esposende, numa altura em que muitos têm "pouca noção" daquilo que os rodeia. As fotografias vão estar expostas durante todo o mês de Abril no Auditório do CIT - Turismo de Esposende.

Pisco de peito ruivo Diogo Meira
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Pisco de peito ruivo Diogo Meira

O interesse de Diogo Meira em fotografar aves surgiu em 2020, durante a pandemia, depois de o seu passatempo, fotografar concertos, ficar em stand by por tempo indeterminado. Na altura, em conversa com o P3, Diogo afirmava que “fotografar concertos e fotografar aves é quase a mesma coisa” porque “existe um sentimento de liberdade de quem é fotografado." Quase dois anos depois, mantém a mesma opinião. “Eu simplesmente estou lá, mas ninguém sabe, estão só a viver a sua vida.”

Agora, o fotógrafo está a preparar uma exposição com os resultados do seu trabalho no Auditório do CIT - Turismo de Esposende, que terá inauguração a 1 de Abril e ficará em exibição até ao final do mês.

A ideia da exposição surgiu da vontade de mostrar às pessoas a variedade de espécies que podem ser observadas no concelho de Esposende, de onde Diogo é natural. O fotógrafo afirma que as gerações mais novas andam “um bocado a dormir” e que têm “pouca noção” daquilo que as rodeia. “Estamos a ficar cada vez mais urbanos e esquecemo-nos um bocado do que temos à nossa volta”, diz o jovem de 27 anos.

De facto, Diogo considera que fotografar aves, por ser uma actividade que exige “alguma disciplina”, em que há a possibilidade de “passar algumas horas sem ter sucesso”, o ajudou “a perceber que as coisas levam tempo.” “Vivemos num mundo em que queremos tudo o mais rápido possível, nem conseguimos ver o genérico de uma série da Netflix. Estamos sempre com muita pressa e na fotografia de aves isso não é possível, não podes ter pressa”, explica. O jovem engenheiro mecânico diz que a fotografia de aves é “um trabalho contínuo” e que já está habituado a esperar. “Acalma-me bastante. Eu tenho um trabalho bastante stressante, então isto faz-me bem.”

Questionado sobre se o tema se esgota, Diogo afirma que há sempre novas aves para ver. Diz que já conseguiu fotografar por volta de 60 espécies no seu abrigo, construído num terreno dos avós, e que viaja pelo país à procura de novas espécies para fotografar. “Fico muito contente quando consigo fotografar uma espécie nova (…). Há zonas muito específicas do país onde, em certas épocas do ano, há uma grande concentração de aves de uma espécie que não consegues encontrar em lado nenhum.”

Borrelho de coleira interrompida
Borrelho de coleira interrompida Diogo Meira
Garça real
Garça real Diogo Meira
Gavião
Gavião Diogo Meira
Escrevedeira de garganta preta
Escrevedeira de garganta preta Diogo Meira
Lugre
Lugre Diogo Meira
Mergulhão pequeno
Mergulhão pequeno Diogo Meira
Guarda rios
Guarda rios Diogo Meira
Pica-pau malhado grande
Pica-pau malhado grande Diogo Meira
Rola brava
Rola brava Diogo Meira
Rola do mar
Rola do mar Diogo Meira
Pica-pau verde
Pica-pau verde Diogo Meira
Rolieiro
Rolieiro Diogo Meira
Chamariz
Chamariz Diogo Meira
Tordo comum
Tordo comum Diogo Meira