Líder do PAN classifica oposição interna de “minoria ruidosa”

Inês de Sousa Real admite que existe uma “minoria que tem estado de facto de forma ruidosa a pôr em causa este projecto comum que é o PAN” , mas garante que “internamente as pessoas não se identificam” com essa abordagem.

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A líder do PAN tem sido alvo de contestação interna Nuno Ferreira Santos

A porta-voz do PAN considerou esta terça-feira que a oposição interna é “uma minoria” que está “de forma ruidosa a pôr em causa” o partido e reiterou que “a seu tempo”, depois de ouvidos os filiados, falará sobre o congresso.

“Aquilo que tem havido é uma minoria que tem estado de facto de forma ruidosa a pôr em causa este projecto comum que é o PAN, e internamente as pessoas não se identificam com isso que tem acontecido na comunicação social, muito pelo contrário”, afirmou Inês Sousa Real.

Falando à Lusa e à TSF à margem de uma visita ao Parque Natural de Sintra-Cascais, no distrito de Lisboa, a líder do PAN defendeu que os filiados “entendem que este processo de auscultação é um processo muito importante, que deve ser dado espaço para a direcção fazer o seu trabalho”.

Apontando que “a direcção nunca afastou a possibilidade de um congresso”, Sousa Real acrescentou: “A seu tempo, evidentemente, pronunciar-nos-emos em relação a isso”.

A audição dos filiados quanto ao futuro do partido tem sido, segundo Inês Sousa Real, “muito positiva” e “só demonstra que a direcção tomou a decisão correcta”. “Temos recebido sugestões incríveis do ponto de vista da estratégia política”, defendeu.

No entanto, a porta-voz recusou adiantar qual a decisão que será tomada, apontando que “será precoce fazer uma análise, até porque há muitas opiniões em relação a isso” uma vez que ainda só foi ouvida “uma curta” parte dos filiados.

“Aquilo que há claramente é forte vontade de auscultação e de união interna para que possamos contribuir para que o PAN tenha a força que sempre teve na Assembleia da República”, declarou.

Terminado o processo, será apresentado “um relatório relativamente à posição interna do partido” quanto à realização do congresso.

Inês Sousa Real disse também que, apesar da contestação interna, “até agora” não houve “quaisquer recusas de participação” por parte das estruturas locais nestas reuniões de auscultação das bases, “pelo contrário, as pessoas têm aderido, têm participado”. “E depois, no final, pronunciar-nos-emos em relação ao resultado desta auscultação”, indicou a deputada.

Questionada sobre quando deverá terminar essa auscultação, Sousa Real não se quis comprometer com uma data, ressalvando que “é difícil estar aqui a fechar um calendário, até porque isto implica ouvir o país inteiro e também as regiões autónomas”. “Temos tido reuniões de muitas horas com as concelhias e as distritais porque de facto têm sido muito participadas”, o que faz com que estejam a acontecer “menos audições, sobretudo ao fim de semana”.

Em 8 de Fevereiro, em entrevista à SIC-Notícias, a porta-voz do PAN afirmou que o partido vai realizar um congresso, mas defendeu que caberá às bases, que começaram a ser auscultadas no fim-de-semana seguinte, decidir se será para eleger uma nova liderança ou apenas estatutário.

Na semana passada foi divulgado um manifesto que pede a convocação de um congresso electivo num prazo máximo de cinco meses. André Silva, anterior porta-voz do PAN, já defendeu que a actual líder deveria demitir-se após o resultado que o partido alcançou nas eleições legislativas, e convocar um congresso electivo.

Nas legislativas de 30 de Janeiro, o PAN obteve 1,64% dos votos e passou de quatro deputados para apenas um eleito, precisamente Inês Sousa Real.

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