Sete Rios vai entrar em obras para daqui a dois anos ali nascer uma nova praça

Prevista inicialmente para 2017 e depois para 2019, a obra que vai dar uma nova vida à Praça Marechal Humberto Delgado deverá estar concluída em 2024. Prevêem-se grande constrangimentos no trânsito durante a intervenção.

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A praça vai ter mais espaços verdes e locais de lazer DR

A requalificação da Praça Marechal Humberto Delgado em Sete Rios arranca dentro de duas semanas no âmbito do programa “Uma Praça em cada Bairro” da Câmara Municipal de Lisboa (CML) e prevê-se que esteja concluída em dois anos, revelou a autarquia ao PÚBLICO.

Prevista no âmbito do programa municipal desde 2015 e integrada no programa de Governo da Cidade 2017/2021 de Fernando Medina (PS), a intervenção só agora vai avançar devido a atrasos relacionados com os concursos públicos para o contrato de empreitada.

Segundo o município, o projecto nasceu da necessidade de “permitir que as pessoas possam desfrutar de um espaço público mais atractivo e seguro, uma vez que comporta um dos interfaces de transportes mais importantes, atravessado por um dos principais eixos viários da cidade”.

Concretamente, depois de sucessivas revisões, a empreitada vai contar com a criação de uma praça urbana, o reordenamento do sistema viário, a integração do viaduto rodoviário existente no tecido urbano e a construção de um colector de saneamento para mitigar os efeitos das inundações provocadas pela chuva naquela zona.

Para tal, a requalificação prevê criar mais espaços verdes e zonas de lazer, reabilitar o Pavilhão da Correspondência, instalar um sistema de jogos de água lúdicos e um parque infantil, criar um sistema de iluminação pública mais coerente e colocar novo mobiliário urbano para a população, de acordo com o projecto a que o PÚBLICO teve acesso.

A nível da mobilidade, a obra vai ainda requalificar os atravessamentos pedonais, introduzir uma ciclovia e uma estação de bicicletas partilhadas, estreitar vias de circulação da faixa de rodagem, aumentar as faixas BUS, encurtar as travessias a pé, alargar os passeios e relocalizar as paragens dos transportes públicos e táxis, a fim “garantir uma melhor interconexão” entre os mesmos.

A empreitada, levada a cabo pela empresa Tecnovia, que iniciou a montagem do estaleiro de apoio às obras na segunda-feira, dia 10 de Janeiro, vai ter um custo de mais de 7,6 milhões de euros e um período de execução de 730 dias, a que acresce um ano para a manutenção dos novos espaços verdes.

Situada na freguesia de São Domingos de Benfica, a requalificação vai compreender uma área de 152.220 m2 entre o entroncamento da Estrada de Benfica com a Rua das Furnas, a Estrada das Laranjeiras e o entroncamento das Ruas de Campolide e Professor Lima Basto.

Será também delimitada pela vedação do Jardim Zoológico a norte e pelas instalações do Metropolitano de Lisboa, o Terminal Rodoviário da Rede Expressos, a Estação Refer e as oficinas auto Mercauto / Grupo Santogal a sul.

Impacto no trânsito

A Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica admite, numa nota publicada no seu site, que a empreitada “resultará em alguns condicionamentos do trânsito envolvente, bem como dificultará o acesso de alguns moradores”, mas garante que tentará reduzir “o impacto dos constrangimentos causados”.

Também a CML prevê que a obra venha a ter um “impacto rodoviário significativo”, já que vai obrigar à supressão de vias e à alteração da circulação viária e pedonal nas duas primeiras fases da empreitada, estando os condicionamentos ao tráfego nas restantes cinco fases da obra ainda sob avaliação.

As perturbações já se fizeram sentir, tendo a EMEL anunciado na terça-feira, dia 11 de Janeiro, num comunicado online, que o estacionamento sob o eixo Norte-Sul junto à praça se encontra vedado devido à instalação do estaleiro da obra.

Numa sessão de esclarecimentos promovida pela junta e a CML, esta quinta-feira, a população da freguesia mostrou-se preocupada com a futura congestão do trânsito e os consequentes aumentos dos percursos realizados pelos carros.

Apesar de aplaudirem a requalificação de Sete Rios, os munícipes criticaram a falta de abertura da câmara para receber os seus contributos e chegaram mesmo a fazer ameaças de providências cautelares à câmara.

Abrangendo tanto praças como ruas, jardins ou zonas comerciais, o programa “Uma Praça em cada Bairro - intervenções em espaço público” procura criar pontos de encontro para as comunidades locais das 24 freguesias de Lisboa, “onde se privilegiem os modos suaves de locomoção, marcha a pé e bicicletas, os transportes públicos e onde o trânsito automóvel será condicionado”, refere a câmara.

Já fizeram parte do programa as intervenções no Largo do Calvário, Praça Duque de Saldanha ou Largo de Santos, que constavam das primeiras 30 praças prioritárias. Ainda sem data estimada, estão também previstas intervenções, por exemplo, na Praça da Figueira, na Rua de Belém e no Largo de São Vicente.

Texto editado por Ana Fernandes

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