Terminal rodoviário de Sete Rios vai ter obras ainda este ano

Serão modificadas algumas áreas do terminal como as zonas de espera, os painéis de indicação sonoros e visuais e as bilheteiras.

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Bilheiteiras vão ser melhoradas, garante a Rede Expressos Miguel Manso

O terminal rodoviário instalado em Sete Rios, pertencente à empresa Rede Expressos, receberá obras até ao final do ano. Segundo Martinho Santos Costa, gerente da Rede Nacional de Expressos (RNE), “a empresa entendeu que era urgente realizar obras para preparar o terminal para os próximos anos”. 

Em concreto serão modificadas e alargadas as zonas de espera dos passageiros que vão passar a ser climatizadas e segregadas das zonas de partidas de veículos, o piso de todo o terminal será renovado, serão adicionados painéis de indicação sonoros e visuais, e as bilheteiras também vão ser melhoradas. Segundo Martinho Costa, do plano das obras também faz parte “criar um sistema de circulação e de ventilação do ar para reduzir fumos e temperatura dentro do terminal”. 

Num investimento de mais de um milhão de euros, as alterações estarão prontas até ao final do ano e não afectarão o funcionamento normal do terminal. O projecto está neste momento em fase de consulta e no início de Setembro a Rede Expressos conta ter propostas de várias empresas para as obras a realizar.

A empresa admite que as infra-estruturas têm insuficiências causadas pelo aumento do número de autocarros e do número de passageiros que chegam e partem de Sete Rios diariamente e que, segundo Carlos Oliveira, director geral da RNE, “foram dificultando a movimentação de um terminal que só era suposto aguentar quatro anos”.

A Rede Nacional de Expressos é uma empresa que resulta da agregação de um conjunto de empresas nacionais (Rodoviária Entre Douro e Minho, Rodoviária da Beira Litoral, Rodoviária da Beira Interior, Rodoviária do Tejo, Rodoviário do Alentejo, Empresa de Viação do Algarve (EVA) e a Barraqueiro Transportes) e que se dedica à exploração dos transportes de longo curso. Desta forma, a RNE não é detentora de autocarros próprios. Vai, no entanto, subcontratando fornecedores e sócios de forma a poder utilizar os seus recursos humanos (motoristas e trabalhadores) e as suas viaturas. 

As instalações que a Rede Expressos ocupa actualmente em Sete Rios nunca foram pensadas para serem definitivas. A mudança para Sete Rios aconteceu em 2004, quando o terminal se instalou no terreno que é propriedade do Metropolitano de Lisboa e que foi cedido à Câmara Municipal de Lisboa. Por sua vez, a câmara cedeu-o à RNE. Apesar do acordo com o município, todo o investimento foi feito pela empresa. “O facto de ser um terminal provisório não nos levou a gastar menos dinheiro, gastamos três milhões só para adaptar o espaço para que pudesse receber o terminal”, diz Martinho Costa. 

Na semana passada, foi conhecida a intenção do Metropolitano de Lisboa de vender algum do seu património imobiliário para financiar a expansão e criação da linha circular e a compra de novos equipamentos. Da lista de terrenos a vender faz parte um terreno de seis hectares situado em Sete Rios, espaço esse ocupado em parte pelo terminal da RNE. 

Contactada pelo PÚBLICO, o Metropolitano afirma que “o projecto para os terrenos de Sete Rios ainda se encontra em fase de preparação, pelo que não é possível avançar mais detalhes”. No entanto, a Câmara Municipal de Lisboa garante que “a venda dos terrenos não vai ter qualquer implicação na presença da Rede Expressos no local, que se irá manter, resultante do acordo de cedência assinado entre o Metro e a CML, à altura do mandato de Santana Lopes”. A câmara acrescenta que “a venda do terreno terá sempre como contrapartida obras de remodelação e de renovação do terminal da Rede Expressos.”

“Independentemente das alterações que possam vir a acontecer no terreno, a RNE entendeu que era urgente realizar obras no terminal porque essas alterações podem demorar muito tempo, enquanto as obras do terminal têm de ser feitas ainda este ano”, garante Carlos Oliveira.

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