A frase

Nunca propus um acordo parlamentar por apenas dois anos. Disse que devia ser de quatro e que se podia avaliar a meio.

O contexto

Esta segunda-feira, o primeiro-ministro acusou o líder do PSD de ter proposto um acordo governativo a dois anos, entre o PS e o PSD, respondendo que o país “não precisa de governos provisórios de dois anos, o país precisa mesmo é de estabilidade durante quatro anos”. Em resposta, Rui Rio disse que nunca propôs um acordo de dois anos, mas sim de quatro, admitindo no entanto que fosse avaliado “a meio”.

Os factos

Primeiro, numa entrevista à Antena 1, Rui Rio afirmou que acreditava “que possa ser complicado fazer um acordo parlamentar de legislatura entre o PSD e o PS”, sugerindo um acordo parlamentar de “pelo menos metade da legislatura” que seria submetido a “um balanço” decorridos os dois anos da legislatura. Um mês depois, Rio concordava que uma solução governativa de dois anos seria um “remendo” e uma má opção para o país, e esclarecia, em entrevista à RTP, que não tinha proposto qualquer acordo de dois anos. Comentando a sua primeira entrevista, Rio reiterou que não tinha proposto um acordo de meia legislatura. “Eu não propus um acordo por dois anos. O que eu disse, e vou dizer outra vez, foi o seguinte: devem os partidos procurar viabilizar pelos quatro anos, pelo tempo da legislatura? Seguramente. Mas se isso não for possível, que se faça pelo menos por dois, que se avalie a meio”, declarou à data.

Em resumo

A afirmação de Rui Rio é parcialmente verdadeira. É certo que Rui Rio colocou em cima da mesa uma solução de meio termo que passasse por um acordo sujeito a um balanço ao fim de dois anos. Mas este foi apresentado como uma espécie de plano B, perante as dificuldades que considerou existirem para se conseguir um acordo de legislatura. Para o líder do PSD, o acordo a quatro anos é o cenário apresentado como ideal.