Coreia do Sul regista dia com mais mortos da pandemia

Variante Ómicron é a responsável por aumento de casos de infecção. Continente americano superou os 100 milhões de casos. China pôs 13 milhões de pessoas em confinamento na cidade de Xi’an.

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Testagem em Seul: a Coreia do Sul está a registar um aumento de casos por causa da variante Ómicron JEON HEON-KYUN/EPA

Quando a maior parte das pistas para a gravidade da infecção para a variante Ómicron começam a ser mais optimistas, há países e regiões a registar recorde após recorde – mesmo fora da Europa, que tem concentrado as atenções.

A Coreia do Sul, por exemplo, registou o maior número de mortos desde o início da pandemia, anunciando esta quinta-feira 109 mortos nas 24 horas anteriores. O número de doentes em estado grave também aumentou para 1083, outro recorde.

O país tem ainda uma grande percentagem de infecções da variante Delta, mas a Ómicron está já presente e deverá tornar-se em breve na variante dominante. Com transmissão mais elevada, a grande dificuldade da Ómicron parece ser que o número de infectados aumenta muito rapidamente, o que pode deixar os serviços de saúde sem capacidade de resposta.

No entanto, há esperança de que a onda gigante desça tão depressa como subiu – na África do Sul já começou a descida, se bem que não é claro se isso aconteceu por características próprias, como a grande percentagem de pessoas com infecção prévia pelo vírus ou se poderá esperar-se uma evolução semelhante noutros países.

Ainda na Ásia, a China impôs um dos mais restritos confinamentos desde o primeiro, de Wuhan, com 11 milhões de habitantes sujeitos à medida quando foi detectado o coronavírus que causa a covid-19. Agora, serão 13 milhões de pessoas confinadas na cidade de Xi’an depois de uma segunda ronda de testes terem identificado 127 infecções.

O confinamento, anunciado na quarta-feira, acontece quando o país está a preparar-se para os Jogos Olímpicos de Inverno, a 4 de Fevereiro. Os organizadores já disseram esperar “alguns casos” de infecção com a chegada de estrangeiros para os Jogos.

No entanto, os Jogos estão a ser preparados com o que os organizadores chamaram “uma bolha” com separação dos atletas e participantes das pessoas locais, e os espectadores serão só habitantes da China continental.

No Médio Oriente, os seis países do Golfo estão a registar números crescentes de infecções depois de meses de casos muito baixos, o que está a ser relevante sobretudo no Dubai, onde decorre a Expo 2020. Os Emirados Árabes Unidos, entre eles o Dubai, estão a viver um aumento particularmente notório, com 1002 casos de infecção, quando 20 dias antes o número era de 68, segundo a Al-Jazeera.

O continente americano, pelo seu lado, ultrapassou os 100 milhões de casos de covid-19, segundo a Organização Panamericana da Saúde (OPS). A América do Norte é a maior responsável pela subida na última semana, com um aumento de casos na ordem dos 36%, enquanto há uma descida na América Central e do Sul.

Nos Estados Unidos a Ómicron já é a variante dominante (responsável por 73% dos casos), tendo sido detectada em todos os estados. O estado de Nova Iorque, muito atingido na primeira vaga da pandemia, bateu um recorde de infecções diárias – 28 mil (na vaga de Janeiro deste ano, tinham sido menos de 20 mil). A curva está “a subir na vertical”, disse a governadora Kathy Hochul. Mas o estado está mais bem preparado e o número das hospitalizações está estável, declarou: há 4,452 pessoas internadas, cerca de 2/3 do máximo registado em Abril de 2020.

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