A misteriosa popularidade de Rio junto dos eleitores PS

A inacreditável purga que Rio fez aos apoiantes de Rangel comoveu muito pouca gente. O valor dominante em Portugal é “o chefe manda”, o que explica muita coisa – 48 anos de ditadura deixaram um rasto visível no nosso quotidiano. E Rio alimenta o valor da “autoridade” salazarista que tanto sucesso continua a fazer em Portugal.

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Uma das coisas que me têm impressionado nos últimos tempos é ver, tanto na minha “bolha” pessoal como na “bolha” das redes sociais, um grupo de pessoas que, sendo habituais votantes no PS, gostam muito de Rui Rio. Eu sei que alguns deles só não votariam PS nas próximas legislativas se António Costa fosse apanhado em flagrante a assaltar bancos. No entanto, foi com estupefacção que os vi a festejar a vitória de Rui Rio sobre Paulo Rangel e esta alegria não era por uma razão utilitária, politicamente admissível: se Rui Rio foi um líder da oposição com quatro anos de decepções, António Costa vence com mais facilidade as legislativas em confronto com Rio do que com o candidato mais combativo e aglutinador da direita, Paulo Rangel. Não era por isso. Era, simplesmente, porque gostam do homem.

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