Prémio Manuel António da Mota para associação que faz reinserção de ex-reclusos

A Associação de Protecção e Apoio ao Condenado desenvolveu um negócio social que pretende produzir e vender artigos de cerâmica feitos à mão numa oficina no Estabelecimento Prisional de Caxias.

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O negócio social Reshape pretende produzir e vender artigos de cerâmica feitos à mão. Teresa Pacheco Miranda

A Associação de Protecção e Apoio ao Condenado (APAC), com sede em Lisboa e criada para garantir a reinserção de ex-reclusos, é a vencedora da edição de 2021 do Prémio Manuel António da Mota, foi anunciado este domingo.

Criada em 2015 com a missão de garantir a reinserção de ex-reclusos, a APAC Portugal tem desenvolvido a sua actividade nas áreas de formação pessoal e desenvolvimento de competências sociais em meio prisional, através de um gabinete de integração social e laboral e de um programa de mentores para o acompanhamento dos que estiveram na prisão.

Sob o lema “Portugal Resiste”, o prémio de 50 mil euros foi atribuído hoje, numa cerimónia que decorreu no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, ao projecto "Reshape Ceramics” da APAC, um negócio social criado no final de 2020 que pretende produzir e vender artigos de cerâmica feitos à mão.

Os artigos são produzidos num ateliê próprio e na oficina de cerâmica do Estabelecimento Prisional de Caxias, em Oeiras, no distrito de Lisboa, sendo que o valor das vendas reverte a favor da APAC.

“Além do impacto económico nas receitas da associação, o projecto emprega e promove a reinserção social e laboral de reclusos e ex-reclusos, gerando ainda impactos ambientais positivos inspirados nos princípios da economia circular ao nível da utilização das matérias-primas destinadas à produção das peças”, disse a fundação.

O presidente da Comissão Executiva da Fundação Manuel António da Mota, Rui Pedroto, salientou que “no rescaldo da crise pandémica é essencial relançar o crescimento económico, defender o estado social e restaurar a esperança no futuro”.

“Estado, empresas, economia social, cidadãos e sociedade civil organizada, todos são chamados a dar resposta a este grande desafio que marcará a vida de Portugal nos próximos anos”, afirma, acrescentado que o prémio distinguiu as instituições que se destacaram no combate às consequências da crise pandémica.

A 12.ª edição do Prémio Manuel António da Mota distinguiu ainda nove instituições nacionais, sendo que em segundo lugar ficou a Associação Portuguesa de Surf For Good, à qual foi atribuído um prémio no valor de 25 mil euros, e em terceiro lugar a AGA — Associação Geoparque de Arouca, que recebeu um prémio de 10 mil euros.

A Associação Bagos D"Ouro, a Associação Portuguesa Contra a Leucemia, o Conselho Português para os Refugiados, o Centro Paroquial de Seia, a Cruz Vermelha Portuguesa, Delegação de Tavira, o Fio de Ariana — Educação e Terapia, a C.R.L e Ponto de Apoio à Vida receberam menções honrosas, no valor de cinco mil euros cada.

Criado em 2010 pela Fundação Manuel António da Mota, o prémio reconhece anualmente organizações e personalidades que se destacam nos vários domínios. Nesta sua 12.ª edição consagrou instituições que se distinguiram no combate às consequências da crise pandémica nas áreas da luta contra a pobreza e exclusão social, saúde, educação, emprego, apoio à família, inovação e empreendedorismo social, inclusão e transição digital, tecnológica e climática.

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