Empréstimos aos particulares mantêm crescimento de 6,9% em Outubro

Poupança voltou a subir, e o montante deixado nas contas à ordem representam quase metade do total dos depósitos.

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Empréstimos para compra de habitação continua a aumentar Miguel Manso

A concessão de empréstimos aos particulares continuou “a acelerar” em Outubro, aumentando 4,4% nos empréstimos para habitação, em termos homólogos, acima do crescimento de 4,3% registado em Setembro. O volume total de crédito subiu para 96,3 mil milhões de euros, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

Houve um crescimento ainda nos empréstimos ao consumo, mais 1,7% face a Outubro de 2020, para 19,2 mil milhões de euros. Também neste segmento se verificou uma aceleração face ao mês anterior, em que tinha crescido 1,5%.

Os depósitos de particulares em bancos residentes mantiveram em Outubro o ritmo de crescimento de 6,9% em relação ao mês homólogo, totalizando 169,7 mil milhões de euros. A variação tinha sido de 6,9% em Setembro e de 7,1% em Agosto, face a iguais meses de 2020.

Dos 169,7 mil milhões de saldo, “os depósitos à ordem representavam 47% do total dos depósitos detidos por particulares quando, há cinco anos, correspondiam a 30%”, avança o BdP, acrescentando que “esta alteração reflecte o contexto de taxas de juro baixas observadas nos últimos anos e a facilidade com que os bancos se têm financiado junto do Eurosistema”.

Os depósitos das empresas nos bancos residentes em Portugal cresceram 14% em relação a Outubro de 2020, ligeiramente abaixo dos 14,6% registados no mês anterior, totalizando 59,3 mil milhões de euros.

No período, o montante total de empréstimos concedidos às empresas cresceu 4,9% em relação a Outubro de 2020, para 76,0 mil milhões de euros, abaixo do crescimento de 5,1% no mês anterior.“O ritmo de crescimento destes empréstimos diminuiu pelo sexto mês consecutivo”, destaca o BdP.

“Os empréstimos concedidos às empresas que pertencem aos sectores mais atingidos pela pandemia — nomeadamente, comércio, alojamento e restauração, transportes e armazenagem e indústrias transformadoras — representavam, em Outubro de 2021, 54% do total dos empréstimos às empresas”, refere o regulador, acrescentando que “após o fim das moratórias, estes são os sectores considerados elegíveis para aceder à linha de apoio para reestruturação da dívida (Retomar)”.

A instituição liderada por Mário Centeno faz ainda uma análise por sector de actividade, mostrando que, “desde o início da pandemia, os empréstimos concedidos às empresas de alojamento e restauração são os que têm crescido de forma mais expressiva, em resultado das linhas de apoio à economia”. Lembra ainda que “estas empresas também recorreram às moratórias, pelo que as amortizações regulares dos empréstimos estiveram suspensas, contribuindo para que o crescimento dos empréstimos fosse mais significativo desde essa data”.

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