Magdalena Andersson nomeada primeira-ministra pelo Parlamento da Suécia

Líder dos sociais-democratas é a primeira mulher a chefiar um Governo na Suécia. Executivo enfrenta ainda esta quarta-feira o previsível chumbo do orçamento.

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Magdalena Andersson será oficialmente empossada na próxima sexta-feira Reuters/TT NEWS AGENCY

A líder dos social-democratas suecos, Magdalena Andersson, foi eleita esta quarta-feira primeira-ministra pelo Parlamento de Estocolmo, tornando-se na primeira mulher a governar a Suécia, após difíceis negociações políticas.

Até agora, Andersson ocupava o cargo de ministra das Finanças do Governo dirigido pelo demissionário Stefan Lofven, tendo sido eleita pelos votos a favor de 117 deputados, com 57 abstenções. No parlamento de 349 lugares, apesar de 174 deputados terem votado contra, o número de abstenções permitiu a escolha de Magdalena Andersson.

De acordo com a Constituição sueca, os chefes de governo podem ser nomeados para governar pelo parlamento se 175 deputados não votarem contra.

Magdalena Andersson é a primeira mulher a ocupar o posto de primeiro-ministro. Embora a Suécia seja um dos países apontados como dos mais avançados da Europa em questões relacionadas com igualdade de género, mas o cargo de líder do Executivo nunca tinha sido desempenhado por uma mulher.

O Executivo de Lofven era considerado um “governo feminista” por ter promovido as questões sobre a igualdade entre homens e mulheres.​​​

No Riksdag [o Parlamento sueco], Amineh Kababaveh, deputada independente que apoiou Andersson, referiu que a Suécia assinala actualmente os 100 anos das primeiras decisões políticas sobre direitos universais e o voto das mulheres. 

"Se as mulheres podem votar, mas nunca conseguem ser eleitas para os mais altos cargos, então a democracia não está completa”, disse Kakabaveh. “Esta decisão foi simbólica”, acrescentou a deputada independente.

Lofven vai manter-se formalmente em funções até que seja anunciada a formação do novo Governo na próxima sexta-feira, mas os sociais-democratas deverão ainda esta quarta-feira sofrer um revés caso se confirme o chumbo do orçamento, que não conta com o apoio do Partido do Centro.

"Não podemos apoiar um orçamento de um governo que está a mover-se demasiado para a esquerda”, disse a líder do Partido do Centro, Annie Loof.

Andersson, 54 anos, vai liderar um Executivo de coligação minoritário formado pelos social-democratas e pelos Verdes, mas sem orçamento aprovado ficará dependente do centro-direita para fazer passar no Parlamento medidas que impliquem despesa pública. 

Nos últimos dias, Andersson tentou garantir o apoio dos dois partidos minoritários que apoiaram o anterior governo de centro-esquerda liderado por Lofven: o Partido de Esquerda e o Partido de Centro. Os deputados das duas formações partidárias abstiveram-se, não votando contra Andersson.

Durante as negociações, Andersson e o Partido de Esquerda chegaram a acordo sobre o aumento das pensões de reforma que abrange uma população de 700 mil pensionistas suecos com baixos rendimentos. 

As próximas eleições gerais na Suécia vão realizar-se a 11 de Setembro do próximo ano.

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