Os “delírios magalhânicos” de duas companhias desconfiadas

Estreito/Estrecho, espectáculo do Teatro Experimental do Porto e da companhia chilena Teatro La María, serve-se do absurdo para revisitar a história de Fernão de Magalhães e analisar pensamentos e práticas colonialistas que ainda se manifestam na contemporaneidade.

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Gonçalo Amorim, Patrícia Gonçalves e Pedro Vilela ( Teatro Experimental do Porto; Alexandra Von Hummel, Alexis Moreno e Manuel Peña (Teatro La María)
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O título da peça remete para a memória de Fernão de Magalhães, o primeiro europeu a atravessar o estreito a que daria nome
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O texto não procura contar linearmente a história de uma circum-navegação

Há um vídeo. Dois carros, dois países, duas companhias — o Teatro Experimental do Porto (TEP) e o Teatro La María. O veículo onde se encontram Alexandra Von Hummel, Alexis Moreno e Manuel Peña, do segundo colectivo, chileno, segue rumo ao aeroporto. Os três estão prestes a viajar para Portugal, onde trabalharão na criação de um espectáculo com Gonçalo Amorim, Patrícia Gonçalves e Pedro Vilela, da primeira estrutura. Mas os seis artistas temem que o processo colaborativo possa vir a ficar marcado por dificuldades de comunicação e entendimento. Um tanto sobranceiramente, o TEP pensa que, de alguma forma, “educará” o Teatro La María — que, por sua vez, acredita que os portugueses “só convidam criadores latinos porque sentem culpa do seu passado” enquanto colonizadores.

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