Equipa do Minho cria uma solução para atenuar progressão da Alzheimer

Cientistas desenvolveram um transportador que, sem toxicidade, atravessa a barreira hematoencefálica e faz chegar fármacos ao cérebro.

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Cérebro humano Miguel Manso

Num estudo coordenado pela Escola de Ciências da Universidade do Minho foi desenvolvido um “método eficaz” para transportar fármacos para o cérebro, que pode atenuar a progressão e os sintomas de doenças como Alzheimer.

A universidade explica, num comunicado desta quarta-feira, que os cientistas desenvolveram um transportador “sem toxicidade e com o tamanho adequado para atravessar a barreira hematoencefálica, que protege o cérebro de substâncias nefastas no sangue e impede a passagem de 98% dos medicamentos”.

Em causa está o transporte da curcumina, uma substância presente no açafrão-da-terra que melhora a memória e a atenção das pessoas e reduz o aparecimento de placas microscópicas que se formam no cérebro de quem tem a doença de Alzheimer.

O problema é a fraca solubilidade da curcumina, que faz com que seja mal absorvida pelos intestinos quando administrada por via oral, além de ser eliminada da corrente sanguínea humana.

A solução pode passar por lipossomas (nanopartículas de lípidos) para encapsular e transportar a curcumina até ao sistema nervoso central. Em concreto, os cientistas da Universidade do Minho desenvolveram um novo tipo de lipossomas, com resultados já comprovados num modelo de peixe-zebra, sem registar qualquer efeito secundário. “Com esta inovação, acredita-se poder desacelerar a progressão e aliviar os sintomas da doença de Alzheimer”, acrescenta o comunicado.

Agora, os investigadores precisam de financiamento para passar à parte internacional e, também, para explorar as potencialidades daquela inovação noutras doenças e noutras perspectivas não terapêuticas que tenham interesse social ou comercial.

A inovação, já patenteada, foi recentemente publicada, como tema de capa, na revista científica Journal of Controlled ReleaseA investigação junta oito cientistas das escolas de Ciências, Engenharia e Medicina da Universidade do Minho e ainda uma cientista do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), em Braga.

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