Com vacinação lenta, Leste da Europa tem novos máximos de mortes por covid-19

A Europa de Leste continua a bater recordes de infecções e mortes causadas pela covid-19. Na Rússia, morreram mais de mil pessoas nas últimas 24 horas.

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Moscovo vai voltar a entrar em regime de confinamento para conter propagação do vírus SHAMIL ZHUMATOV / Reuters

A tendência de subida do número de casos e mortes mantém-se nos países da Europa de Leste, onde a vacinação decorre a um ritmo mais lento. Na Rússia, registaram-se 1106 mortes na segunda-feira, o que representa um novo recorde desde o início da pandemia. Nos últimos oito dias, o número máximo de vítimas mortais foi batido sucessivamente.

Ao todo, o país regista mais de 232 mil mortes desde Fevereiro do ano passado, embora persistam muitas dúvidas sobre a verdadeira escala. Alguns especialistas suspeitam que as autoridades russas estejam a manipular as estatísticas para ocultar o número real de mortes causadas pelo vírus SARS-CoV-2 e que, na verdade, o país possa já ter superado as 660 mil.

Essa análise é feita pelo jornal Moscow Times através do cálculo do excesso de mortalidade, de acordo com as estatísticas oficiais.

O número de infecções também é elevado e esta terça-feira foram notificados 36446 novos casos.

Para tentar conter a nova vaga, o Governo russo decretou uma semana de férias obrigatória a nível nacional a partir de dia 30, tendo em vista a redução das deslocações. Em Moscovo, vai ser imposto um novo regime de confinamento parcial a partir de quinta-feira, que prevê apenas a abertura de estabelecimentos essenciais, como farmácias e supermercados.

Uma das causas apontadas para o ressurgimento de infecções e mortes é a reduzida taxa de vacinação na Rússia. Apesar de o país ter desenvolvido quatro imunizantes diferentes e de haver obrigatoriedade para algumas classes profissionais, apenas 36% da população adulta está vacinada contra a covid-19.

Ucrânia e Bulgária com recordes

A Ucrânia também voltou a bater o recorde de número de mortes por covid-19, registando 734 na segunda-feira. O dia anterior com mais mortes foi na sexta-feira passada, em que foram notificados 614 óbitos.

Ao todo, o país regista quase 65 mil mortes desde o início da pandemia.

A taxa de vacinação na Ucrânia é uma das mais baixas do continente europeu, com apenas 21% de pessoas vacinadas, e menos de 5% com a vacinação completa.

Também a Bulgária registou novos máximos, tanto em termos de infecções como de óbitos. Na segunda-feira morreram 243 pessoas e as infecções ascenderam a 5863 num só dia. Ao todo morreram, 23316 pessoas no país.

Naquele que é o Estado-membro da União Europeia com menor taxa de vacinação apenas 24% da população recebeu alguma dose.

A propagação acelerada está a deixar os hospitais sobre enorme pressão, com mais de sete mil pessoas actualmente internadas e 608 nas unidades de cuidados intensivos. Mais de 90% dos doentes hospitalizados não tinha sido vacinado.

Para tentar vencer a resistência à vacinação, o Governo impôs a obrigatoriedade de apresentação de certificado digital para o acesso à maioria de estabelecimentos fechados, como restaurantes, cinemas e ginásios.

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