Derrocada parcial do cone do vulcão de La Palma revela grande fonte de lava

O vulcão de La Palma tem emitido cada vez mais lava depois de terem sido abertas duas fissuras de um lado do cone.

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Vulcão de La Palma continua a lançar grandes quantidades de lava EPA/Angel Medina G.

Uma derrocada parcial do cone do vulcão da ilha de La Palma (Canárias), ocorrida hoje, deixou à vista uma grande fonte de lava, segundo o Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Involcan).

Estamos no auge da natividade” do vulcão, afirmou o porta-voz da Involcan, David Calvo, em declarações à agência espanhola Efe.

Calvo disse que a emissão de gases é “absurda”, tendo atingido 50.000 toneladas de dióxido de enxofre, e o vulcão tem vindo a emitir mais lava desde o passado fim-de-semana, quando foram abertas duas fissuras de um lado do cone, assim como uma nova boca.

O porta-voz reiterou que os gases indicam a tendência do que deve acontecer nas próximas horas e que uma das bocas do vulcão “avança” em direcção ao sul, através de zonas por onde não tinha passado anteriormente.

David Calvo sublinhou ainda que agora terá de se ver para onde vão as correntes de lava e que algumas delas se alargaram tanto que delimitam um perímetro “brutal” de até três quilómetros, tornando-se “um pouco como uma zona de segurança”.

O vulcão de La Palma entra na sua sexta semana de erupção com novas frentes de lava e uma actividade que, longe de cessar, está a intensificar-se, aumentando a sismicidade intermédia e profunda, enquanto a qualidade do ar está a melhorar em vários municípios, de acordo com a última informação dada pelo Departamento de Segurança Nacional (DSN), emitido às 8h (a mesma hora de Lisboa) de hoje.

Quanto à superfície afectada pela lava, no domingo aumentou para 852,27 hectares, como resultado do “fluxo de lava do sul e das fendas que foram preenchidas nas áreas intermédias”, embora a largura máxima entre os pontos extremos dos fluxos de lava permaneça nos 2.900 metros.

O DSN assinala também que houve um aumento da sismicidade intermédia e profunda, “com um crescimento das magnitudes na zona intermédia”, o que levou a que 84 sismos fossem registados em La Palma durante as primeiras horas desta manhã.

Os três mais fortes, dois em Fuencaliente e um terceiro em Villa de Mazo, registaram uma magnitude de 3,5.

Nenhum ultrapassou o terramoto de 4,9 graus de magnitude que ocorreu no sábado a uma profundidade de 38 quilómetros, até agora o mais importante dos registados desde que o vulcão entrou em erupção.

No que diz respeito à qualidade do ar, a inversão térmica acima dos 1.500 metros está a favorecer a dispersão de gases nas localidades de Los Llanos de Aridane, El Paso e Tazacorte, e a concentração de partículas finas também melhorou nas últimas horas.

Quanto à nuvem de cinzas e enxofre (SO2), o DSN informa que a sua actual disposição a sudoeste significa que as condições para o funcionamento dos aeroportos das Ilhas Canárias são favoráveis neste momento.

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