A fuga ao zero continua em Istambul

Sporting defronta nesta terça-feira o Besiktas para tentar conquistar os primeiros pontos na Liga dos Campeões e continuar a sonhar com os oitavos-de-final.

Foto
Pedro Gonçalves pode estrear-se na Liga dos Campeões em Istambul EPA/ERDEM SAHIN

Nada é ainda irreversível, mas a margem de manobra é cada vez menor. Para continuar a pensar numa qualificação para os oitavos-de-final, o Sporting tem de começar a ganhar jogos e tem de ser já. Depois de duas derrotas nos dois primeiros encontros do Grupo C, os “leões” querem iniciar hoje a sua colheita de pontos, em Istambul, frente ao campeão turco Besiktas, que também está com zero pontos nesta fase. A urgência é grande, como disse Rúben Amorim no lançamento do jogo. “Poucas equipas na história passaram à fase seguinte com três derrotas nas três primeiras jornadas.”

É, de facto, um jogo crucial para as aspirações europeias dos “leões”. Ganhar em Istambul mantém vivas as hipóteses de chegar a um dos dois primeiros lugares do agrupamento, para além de significar uma vantagem importante sobre a formação turca numa eventual luta pelo terceiro lugar, que dá acesso aos jogos a eliminar da Liga Europa. Mas esse cenário ainda não se coloca, reforça o técnico sportinguista: “A Liga Europa não entra nas contas agora. É um jogo crucial pelos pontos e pelo conforto da equipa na competição. Acredito que vamos fazer um grande jogo e seremos melhores do que fomos nos outros dois.”

A inexperiência na competição continua a ser uma avaliação válida desta jovem equipa do Sporting, mas Rúben Amorim espera que a sua equipa tenha aprendido com os erros dos dois jogos anteriores: com o desastre defensivo diante do Ajax (desaire por 1-5 em Alvalade) e a falta de acutilância ofensiva em Dortmund (derrota por 1-0). “É mais um jogo em que vamos entrar com enorme vontade de vencer, mas com a cabeça fria para sermos melhores defensivamente do que fomos com o Ajax e melhores ofensivamente do que fomos em Dortmund. Havia a inexperiência da equipa, mas já temos dois jogos, essas sensações já melhoraram e, por vezes, essa inexperiência até pode ser boa”, analisa Amorim.

Boas notícias

Há uma diferença importante entre o Sporting que vai a jogo em Istambul e aquele que defrontou Ajax e Borussia. É que, desta vez, já contará com Pedro Gonçalves, depois de mês e meio a lidar com uma lesão. O médio goleador regressou à competição na Taça de Portugal, frente ao Belenenses, e, ao que tudo indica, irá estar em campo frente ao Besiktas, e, muito provavelmente, com entrada directa no “onze”. Mas Amorim não desfaz as dúvidas.

Sem poder contar com Tabata, lesionado, Amorim ainda não tem certeza sobre a disponibilidade de Pedro Porro, que sofreu uma entrada dura no jogo da Taça e saiu de campo com muitas queixas. Mas o espanhol seguiu viagem para a Turquia e, estando em condições de jogar, o lado direito da defesa será dele.

O adversário desta noite dos “leões” é o actual campeão turco, mas tem tido uma carreira irregular no campeonato. É apenas quarto, a quatro pontos do líder Trabzonspor, e recebe o Sporting na ressaca de um desaire, por 3-2, frente ao Basaksehir, para além de não ter grandes memórias da única vez que se cruzou com os “leões”. Partilharam o mesmo grupo na Liga Europa em 2015-16 e, depois de um empate em Istambul (1-1) no jogo da primeira volta, os “leões” arrasaram no jogo que fechou o grupo, com um triunfo por 3-1 de reviravolta — Mario Gómez marcou aos 58’, mas o Sporting respondeu com golos de Slimani (67’), Ruiz (72’) e Gutiérrez (78’).

Antes desse confronto, já Rúben Amorim tinha defrontado a formação turca como jogador do Sp. Braga. Foi titular num jogo que deu vitória aos bracarenses por 0-1, mas que não chegou para anular a derrota por 2-0 na primeira mão dos 16 avos-de-final da Liga Europa. Foi com essa memória que o técnico “leonino” foi confrontado por um jornalista turco e não teve dúvidas na resposta: este Sporting que está em Istambul é bem melhor.

“Em relação à diferença, o Sporting é melhor que a equipa do Sp. Braga [na altura]. Tinha-me a mim no meio-campo e o Hugo Viana… Nós temos o Palhinha e o Matheus, o Dani [Bragança] e o Ugarte no meio-campo, claramente somos uma equipa mais forte. O ambiente será idêntico, o Besiktas tem internacionais como tinha na altura, o Manuel Fernandes, tinham grandes jogadores na altura. Desta vez tem o Pjanic, o Batshuayi, o Rosier – que esteve em Alvalade e que encontrou a sua casa aqui -, o Vida. Vale pela equipa, mas é evidente que se deixarmos o Pjanic ou o Batshuayi à vontade vamos ter muitos problemas”, declarou o técnico.

Sugerir correcção
Comentar