Turismo de corrida: há 15 turistas-atletas a correr de Chaves a Sagres. São 1001 km em 14 dias

Conseguia fazer uns 71,5 km por dia em passo de corrida? A iniciativa Portugal 1.001 arrancou este domingo com um grupo que deverá chegar ao final a 9 de Outubro. E também quer provar que o “cidadão comum com mais de 40 anos” consegue cumprir aquela média diária enquanto desfruta “do melhor que Portugal tem”.

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Imagem da Horizontes de divulgação do evento dr

Esta maratona turística estava preparada para estrear-se em 2020 mas a pandemia trocou as voltas ao projecto. Agora sim: este domingo foram dados os primeiros passos do percurso de 1001 quilómetros entre Chaves, em Trás-os-Montes, e Sagres, no Algarve, que integra a primeira edição do evento Portugal 1.001. Uma prova que alia corrida e turismo. Esta segunda-feira os atletas-turistas já cruzavam o Douro rumo a Vila Real e a prova pode ser seguida (quase) passo a passo nas redes sociais do evento e em live tracking.

“Atravessar um país é um desafio e tanto! Fazê-lo, de norte a sul, em 14 dias e com mais de 1000km a correr, passa a ser uma algo mais. Será uma experiência de transformação pessoal”, garante a organização, a empresa Horizontes, no Facebook.

“A Horizontes está no turismo desportivo há 22 anos. Aliamos a corrida e a maratona ao turismo.”, explicou à Lusa Paulo Garcia, sócio-gerente da empresa organizadora. “Todas as nossas provas têm essa vertente, de organizar eventos em locais de elevado valor histórico, ou natural, ou humano, para que as pessoas saiam de lá mais ricas, com outro conhecimento, com outros valores”.

A prova reparte-se por 14 etapas: de Chaves, Vila Real, Castro Daire, Gouveia, Fundão, Proença-a-Nova, Castelo de Vide, Alter do Chão, Estremoz, Évora, Alcácer do Sal, Santiago do Cacém, Vila Nova de Milfontes (concelho de Odemira), Aljezur e até Sagres (concelho de Vila do Bispo).

Além do (muito) exercício, entre passo de corrida e algumas paragens de descanso, há oportunidade para admirar parques naturais (Serra da Estrela e Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, por exemplo) ou “pequenos locais rurais” que mostram o “Portugal genuíno”. "Vamos mostrar a autenticidade” de sítios "que não têm uma igreja milenar ou centenária, mas têm coisas muito interessantes ou estão muito bem construídas ou que se distinguem pelas pessoas”, resumiu o responsável. 

Segundo Garcia, a iniciativa pretende também provar que o “cidadão comum com mais de 40 anos” pode fazer “uma média de 71,5 quilómetros por dia”, enquanto desfruta “do melhor que Portugal tem”.

O grupo é composto por 15 participantes, na maioria portugueses (dez), mas também com dois franceses, dois brasileiros e um dinamarquês, Todos esperam chegar a Sagres a 9 de Outubro, cumprindo o mapa e cruzando 41 concelhos. 

Esta é a estreia de um evento que a Horizontes quer que se repita pelos próximos anos e em crescendo. “É um ano zero”, referiu o responsável a agência, "em que todos os inscritos são pioneiros e uma espécie de cobaias”. “O que não fizermos bem vamos melhorar para o ano seguinte. Temos quase a certeza que teremos de fazer ajustes, porque há hotéis que estamos a utilizar e não têm capacidade para 50 participantes. Esse é o nosso objectivo para 2022”, adiantou, acrescentando que “com inscrições efectivamente pagas” já há sete pessoas inscritas para 2022.

Os preços por inscrição variam entre 1800 e 2500 euros e, além dos atletas, no terreno estão também uma dezena de pessoas a garantir que tudo corre pelo melhor, incluindo médicos e fisioterapeutas.

Os cinco atletas-turistas que concluírem os 1001km em menos tempo (e cumprindo a regra de terminarem cada etapa até às 21h) terão direito a prémio especial: um colar que evoca o “Portugal real e lendário”. 

Para cumprirem os critérios, os atletas têm 14 horas diárias para cumprirem cada etapa, devendo iniciá-la entre as 7h e as 9h.

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