Itália quer proteger marcas de luxo da proibição de venda de carros a combustível

Roberto Cingolani, ministro da Transição Ecológica, fala em “nicho” no mercado de carros, referindo-se a marcas como a Ferrari e a Lamborghini.

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A Ferrari vendeu 9100 automóveis no ano passado Reuters/Mike Blake

A Itália está em negociações com a União Europeia (UE) sobre possíveis maneiras de proteger os fabricantes de supercarros, como a Ferrari e a Lamborghini, da proposta de proibição, a partir de 2035, de venda de carros novos com motor de combustão, o que inclui híbridos.

A notícia foi avançada neste sábado pela agência Bloomberg, que entrevistou o ministro da Transição Ecológica do Governo de Mario Draghi.

A legislação em vigor prevê um corte de 37,5% até àquela data. A proposta, anunciada em Julho pela UE, é que haja um corte de 100%, banindo-se efectivamente a venda de veículos novos poluentes.

Embora o Governo italiano apoie totalmente o compromisso da Europa de reduzir as emissões eliminando os motores mais poluentes, “existe um nicho no gigantesco mercado dos automóveis e há discussões em andamento com a Comissão Europeia”, disse o ministro Roberto Cingolani, numa entrevista à Bloomberg TV, no Fórum Ambrosetti em Cernobbio, Itália.

Em causa estão negociações sobre como as novas regras se aplicariam a fabricantes de automóveis que vendem um número muito mais reduzido de veículos do que a generalidade das marcas.

O número de veículos afectados por essa isenção representaria uma fracção de um mercado que está na casa dos milhões, disse Cingolani, que é ex-director não executivo da Ferrari. A Ferrari vendeu cerca de 9100 veículos em 2020, enquanto as vendas da Lamborghini totalizaram cerca de 7400 unidades.

“É algo que estamos a discutir com outros parceiros na Europa e estou convencido de que não haverá problema”, acrescentou.

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