Fujimori reconhece finalmente Pedro Castillo como Presidente peruano

A candidata derrotada nas eleições presidenciais travou uma dura batalha legal para tentar contestar os resultados.

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Keiko Fujimori tentou chegar à presidência do Peru pela terceira vez Gian Masko / EPA

Quase um mês depois da tomada de posse do Presidente peruano Pedro Castillo, a sua adversária nas eleições, Keiko Fujimori, reconheceu finalmente o novo chefe de Estado.

Foi numa entrevista radiofónica esta segunda-feira que Fujimori declarou pela primeira vez reconhecer o novo Presidente. “Reconheço o senhor Pedro Castillo como Presidente da República do nosso país. Espero que escute o sentimento das grandes maiorias e que faça um bom mandato nos próximos cinco anos”, afirmou a ex-candidata de direita à rádio RPP, citada pela Europa Press.

Fujimori, filha do antigo ditador Alberto Fujimori, disse ainda estar disponível para conversar com Castillo, uma vez que é a líder do partido Força Popular, que tem uma forte representação no Parlamento peruano.

O reconhecimento claro de Fujimori surge depois de uma longa batalha judicial em torno dos resultados eleitorais que deram a vitória a Castillo. Na segunda volta, o candidato de esquerda ficou à frente de Fujimori por pouco mais de 40 mil votos, que não se conformou com o resultado e apresentou inúmeros pedidos de recontagem. Mesmo depois de terem sido esgotados todos os trâmites legais, Fujimori continuou a não conceder a derrota e incentivou os seus apoiantes para se mobilizarem nas ruas.

A sua equipa nunca conseguiu apresentar qualquer prova conclusiva de fraude nas eleições e nenhuma das missões de observadores eleitorais internacionais detectou irregularidades durante a votação. Para Fujimori, que tentava chegar à presidência pela terceira vez, uma derrota nestas eleições também pode vir a significar um regresso à prisão por causa das acusações de envolvimento em casos de corrupção.

Castillo, um professor primário cuja vitória nas eleições presidenciais surpreendeu todo o país, prometeu uma reforma constitucional para tentar combater as desigualdades económicas, mas o seu grande desafio vai ser encontrar algum tipo de estabilidade política num país que tem sido palco de uma sucessão de crises.

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