Zona euro inverteu tendência e cresceu 2% no segundo trimestre

Depois de registar a maior queda na União Europeia, Portugal regista a maior subida. Mas confiança dos consumidores e empresários baixou depois disso.

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Depois de alguns meses a recuperar, a confiança dos consumidores caiu em Julho Paulo Pimenta

A economia dos 19 países que partilham a moeda única inverteu a tendência dos três primeiros meses de ano e cresceu 2% entre Abril e Junho em relação ao primeiro trimestre, mostram dados divulgados nesta terça-feira pelo Eurostat.

Em relação ao período de Abril e Junho do ano passado, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é de 13,6%.

No conjunto da União Europeia, a variação em cadeia é de 1,9% e a homóloga é de 13,2%.

Nas estatísticas agora divulgadas, o Eurostat inclui uma nota sobre o comportamento da maior economia do mundo, os Estados Unidos, onde o crescimento do PIB foi de 1,6% no segundo trimestre em relação ao ano anterior e de 12,2% em termos homólogos, ligeiramente abaixo dos números da UE.

No entanto, a principal potência da zona euro, a Alemanha, teve um desempenho inferior ao da média europeia: verificou-se um crescimento de 1,5% face ao primeiro trimestre e uma subida de 9,2% em termos homólogos.

França registou, por um lado, uma progressão mais ténue face ao primeiro trimestre (cresceu 0,9%), mas, por outro, quando comparado com o segundo trimestre de 2020, em que a Europa se confrontava com a primeira vaga da pandemia, a variação do PIB é mais expressiva – chega aos 18,7%.

A Itália, terceira maior economia, cresceu a um ritmo superior à média, ao registar uma variação de 2,7% comparativamente com os três primeiros meses (e de 17,3% na comparação com o segundo trimestre do ano anterior).

Em Espanha, a quarta maior economia, a trajectória foi idêntica, com o PIB a crescer 2,8% em cadeia e 19,8% na variação homóloga.

Para os Países Baixos, os dados do Eurostat apontam para variações de 3,1% e 9,7%.

Em Portugal, onde a vaga da pandemia no arranque do ano colocou o país num severo confinamento que levou ao encerramento generalizado de lojas, restaurantes, estabelecimentos de empresas e de actividades de trabalhadores por conta própria, a economia registou uma variação de 4,9% nos meses de Abril, Maio e Junho comparativamente com a trajectória de Janeiro, Fevereiro e Março. Em relação aos meses de Abril a Junho de 2020, a diferença é de 15,5%, uma variação igualmente superior à média da zona euro e do conjunto da União.

Nos três primeiros meses do ano, a economia caíra 3,2% face aos últimos três meses de 2020 e 5,3% em relação ao primeiro trimestre desse ano. Da mesma forma que nesse momento Portugal enfrentou a maior queda do PIB na União Europeia (tanto na comparação em cadeia como na homóloga), agora regista a maior subida percentual.

Apesar desta recuperação, os indicadores mais recentes relativos à confiança dos consumidores e dos empresários registaram uma diminuição depois desse período, segundo revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE) no final de Julho.

Após uma recuperação entre Março e Maio e mesmo “de forma ténue” em Junho, a confiança dos consumidores em Portugal recuou em Julho e ficou num “nível inferior ao observado no início da pandemia”, em Março de 2020. O indicador do clima económico, que reúne o saldo das opiniões dos empresários, também diminuiu em Julho, embora continuasse num patamar superior ao observado na primeira vaga da pandemia.

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