MP e defesa pedem adiamento do julgamento de Zuma por corrupção

As duas partes escreveram uma carta conjunta ao Supremo Tribunal de Pietermaritzburg, diz a fundação do ex-Presidente sul-africano.

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Jacob Zuma foi levado para o hospital na sexta-feira para observação Sumaya Hisham/Reuters

O Ministério Público e advogados de defesa o ex-Presidente sul-africano Jacob Zuma, que está no hospital desde sexta-feira, pediram em conjunto ao juiz que volte a adiar o julgamento do antigo chefe de Estado por corrupção, afirmou a sua fundação na segunda-feira.

Zuma, cujo início do cumprimento de uma pena de 15 meses de prisão no mês passado provocou uma onda de violência e pilhagens como já não se via desde o fim do apartheid, deveria comparecer em tribunal esta terça-feira no Tribunal Superior de Pietermaritzburg, para responder num processo de corrupção por venda de armas na altura em que era vice-presidente.

O ex-chefe de Estado está cumprir a pena a que foi condenado por desrespeito à comissão que investiga os casos de corrupção durante o seu Governo na prisão de Estcourt, na província de KwaZulu-Natal, de onde é originário. Na sexta-feira foi levado para o hospital para observação.

“O NPA [Ministério Público Nacional], em nome de todas as partes, enviou uma carta conjunta ao honorável Juiz Loen reflectindo” o acordo das partes para adiar a audiência, divulgou a fundação no Twitter.

Para justificar o adiamento referiu-se o facto de o ex-Presidente estar neste momento hospitalizado. O julgamento devia ter recomeçado a 20 de Julho, mas foi adiado.

“O assunto envolvendo o antigo Presidente Jacob Zuma e o Thales Group recomeçará no Tribunal Superior de Pietermaritzburg a 10 de Agosto de 2021”, disse o porta-voz do MP, Mthunzi Mahaga, recusando-se a comentar à Reuters se tinha sido pedido um adiamento.

Os advogados de Zuma não responderam a pedido semelhante.

Pietermaritzburg é a capital da província de KwaZulu-Natal, onde Zuma continua a ter muito apoio e que em Julho foi o epicentro de quase uma semana de violência, pilhagens e destruição que se estendeu a outras partes do país, sobretudo aos bairros mais pobres de Joanesburgo, e acabou com mais de 300 mortos.

Zuma é acusado de corrupção, fraude, extorsão e lavagem de dinheiro num negócio de mais de dois mil milhões de dólares envolvendo a empresa francesa Thales.

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