Julgamento por corrupção de Jacob Zuma adiado para Agosto

Ex-presidente está actualmente a cumprir 15 meses de prisão e interveio no tribunal de forma virtual. Juiz aceitou o seu pedido de adiamento.

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Limpezas num armazém em Durban incendiado durante os distúrbios provocados pela prisão de Jacob Zuma a 7 de Julho ROGAN WARD/Reuters

Um tribunal sul-africano aceitou esta terça-feira o pedido do ex-Presidente Jacob Zuma e adiou por três semanas o seu julgamento por corrupção. Zuma é acusado de receber subornos num negócio de venda de armas de dois milhões de dólares nos anos 1990.

“O julgamento é adiado para 10-13 de Agosto de 2021”, disse o juiz Piet Koen do Tribunal Superior de Pitermaritzburg, sem apresentar as razões para aceder ao adiamento.

Acusado de corrupção, fraude e lavagem de dinheiro, o chefe de Estado, que se demitiu em 2018 na véspera de uma moção de censura que o derrubaria, tem conseguido evitar durante mais de uma década ser julgado.

Zuma diz que o processo contra ele tem motivos políticos e que está a ser vítima de uma caça às bruxas. Para a África do Sul, conseguir julgá-lo é um teste à capacidade da Justiça sul-africana para provar que não há ninguém acima da lei no país.

O ex-Presidente interveio no tribunal esta terça-feira de forma virtual pois está actualmente na cadeia, cumprindo uma pena de 15 meses de prisão por desrespeito ao tribunal, ao não comparecer perante a comissão Zondo que ele próprio nomeou para investigar casos de fraude e corrupção no Governo.

A sua prisão no dia 7 de Julho provocou dos maiores tumultos na África do Sul desde o fim do apartheid e temia-se que o início deste julgamento juntasse mais gasolina ao fogo dos protestos violentos que até 16 de Julho fizeram 212 mortos e levaram à detenção de mais de 2500 pessoas.

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