Secretário-geral adjunto do PS exorta PSD a deixar a “política de casinhos”

José Luís Carneiro atacou a “falta de visão estratégica” e a incoerência de Rui Rio por ter votado contra a descida do IVA de 23 para 13% e agora defender que deveria baixar para 6% durante dois anos.

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Nuno Ferreira Santos

O secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, exortou neste sábado o PSD a desistir da “política de casinhos”, acrescentando ser a hora de a oposição apresentar “alguma proposta viável para o futuro país”. “Não chega criticar, não chega falar mal, não chega procurar casos e casinhos na vida pública. Já é tempo de a oposição apresentar alguma proposta que se possa considerar viável para o futuro do país”, afirmou o dirigente socialista, em Baião, onde desempenha o cargo de presidente da assembleia municipal, na apresentação da recandidatura de Paulo Pereira à presidência da câmara municipal pelo PS.

Ainda com a oposição como alvo do seu discurso, Carneiro insistiu não ser com “a política de casos que [os partidos da oposição] conseguem chegar à confiança dos portugueses”. “Só se afirma uma alternativa, quando há um objectivo estratégico para um país ou para um município. Só há uma alternativa quando, a partir das pessoas e com elas, se constrói uma visão para o futuro”, acentuou o número dois de António Costa no Partido Socialista.

“Agora que estamos a abordar, pela primeira vez, a nova proposta de Orçamento do Estado para o ano que vem, agora que vamos ter o Plano de Recuperação e Resiliência, o novo quadro financeiro plurianual - que, no conjunto, representa 40 mil milhões de euros para investir no reforço das unidades de cuidados de saúde, para investir na escola pública, para reformar e modernizar o Estado, para modernizar as empresas, para modernizar a economia - é fundamental que o principal partido da oposição seja capaz de apresentar uma proposta política ao país credível e alternativa”, desafiou José Luís Carneiro.

O dirigente socialista acusou, depois, o PSD de “falta de coerência” na questão do IVA da restauração, a propósito das recentes declarações do líder social-democrata. Numa entrevista ao semanário Expresso, Rui Rio disse que se estivesse no Governo reduzia o IVA da restauração dos actuais 13% para 6% durante os próximos dois anos, “dado que a restauração foi um dos sectores mais massacrados” pela pandemia de covid-19, e considerou que há eleitoralismo numa abertura total do país antes das autárquicas de 26 de Setembro.

No discurso em Baião, o dirigente do PS comentou: “Eles [PSD] que estiveram contra a redução do IVA de 23% para 13% na restauração vieram ontem [sexta-feira] defender que, afinal, agora se devia reduzir de 13% para 6%. É a falta de coerência da oposição, a falta de uma visão estratégica para o país, que fazem com que o PS continue a merecer a confiança da maioria dos portugueses e o primeiro-ministro continue a ser merecedor da confiança da generalidade dos portugueses.”

O secretário-geral adjunto socialista aludiu, também, aos mais recentes dados da economia nacional: “Ontem, os dados mostravam que tínhamos tido um crescimento de quase cinco por cento da nossa economia e, sinal mais importante do que se tem vindo a passar, conseguimos que a taxa de desemprego tenha chegado aos 6,9%, ou seja, estamos com uma taxa de desemprego inferior à que tínhamos em 2007 e 2008.”

Carneiro concluiu que aqueles indicadores constituem “a prova mais evidente de que as políticas adoptadas pelo Governo surtiram os seus efeitos e a confiança dos investidores no país está de novo a regressar”.

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