Ex-capitão da polícia prepara-se para ser mayor de Nova Iorque depois de vencer nomeação democrata

O afro-americano bateu um lote muito diverso de candidatos. Vantagem do eleitorado democrata na megacidade é tão grande que a corrida fica decidida cinco meses antes da eleição.

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Eric Adams, de 60 anos, foi o escolhido entre os eleitores democratas de Nova Iorque EDUARDO MUNOZ/Reuters

O ex-capitão da polícia Eric Adams conseguiu a nomeação do Partido Democrata para ser o próximo presidente da câmara de Nova Iorque – com menos de 8000 votos por correspondência por contar, quando Adams tinha uma vantagem de 1%, ou 8426 votos, a Associated Press atribuiu-lhe a vitória. A vantagem do eleitorado democrata na megacidade é tão grande que o escolhido nestas primárias tem a eleição praticamente garantida face ao rival republicano.

Adams, o afro-americano de 60 anos que preside actualmente ao distrito de Brooklyn e promete “salvar a cidade” de um aumento recente da taxa de homicídios e tiroteios, reforçando a segurança pública, bateu um historicamente diverso lote de candidatos.

Em segundo lugar acabou por ficar Kathryn Garcia, antiga responsável do departamento de gestão do lixo da cidade, vinda também de um sector moderado do partido. Atrás de Garcia ficou a preferida dos progressistas, Maya Wiley: apoiada pela congressista Alexandria Ocasio-Cortez e pela senadora (e ex-candidata à presidência) Elizabeth Warren, Wiley, advogada e ex-analista do canal MSNBC, que chegou a aproximar-se de Adams, poderia ter sido a primeira mulher, e a primeira negra, a liderar a autarquia nova-iorquina.

Enquanto Adams não quer ouvir falar em “defund the police”, a palavra de ordem dos progressistas que defendem um corte no financiamento das polícias e um investimento em políticas sociais, Wiley, de 57 anos, propunha precisamente cortar um sexto do orçamento da polícia nova-iorquina para aumentar o financiamento dos cuidados com a saúde mental e outros serviços sociais.

Os resultados chegam uma semana depois de a comissão de eleições ter tido de admitir um erro, provocado pela contagem inadvertida de 135 mil boletins de teste, que encurtava de forma significativa a vantagem de Adams. Um episódio que veio reforçar as críticas à comissão da cidade, cujos responsáveis são acusados há décadas de favorecer familiares e amigos, e que foi naturalmente aproveitado pelos republicanos.

O partido de Donald Trump apontou para a cidade como um sinal de que as suas acusações infundadas de fraude nas últimas presidenciais justificam as leis de restrição ao voto que assembleias legislativas de maioria republicana têm aprovado em vários estados.

Num comunicado, depois de confirmada uma vantagem suficiente para lhe garantir a vitória, o ex-capitão da polícia pediu a todos os democratas que se concentrem “agora em vencer em Novembro” e assim “fazer cumprir a promessa desta grande cidade para os que estão em dificuldades” e “os que acreditam num futuro seguro, justo e acessível para os nova-iorquinos”.

Adams já conhece o nome do rival de Novembro: Curtis Sliwa, fundador do grupo de milícias populares Guardian Angels, venceu as primárias do Partido Republicano.

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