Peritos continuam a monitorizar cratera com cem metros que levou à evacuação de 31 pessoas em Arcos de Valdevez

Avaliação feita por uma equipa da Universidade do Minho concluiu que havia condições de segurança para as pessoas regressarem às suas habitações. Estudos do terreno vão prosseguir nos próximos dias.

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Imagem da cratera publicada na página de Facebook da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez DR

Uma cratera com 80 a 100 metros de comprimento formou-se durante a noite deste domingo num terreno agrícola do lugar da Igreja, junto ao rio Vez, no concelho de Arcos de Valdevez. O aluimento chega a atingir, em certas zonas, 15 metros de largura e 6 metros de desnível por comparação à cota do terreno.

Trinta e uma pessoas foram de imediato retiradas das suas habitações, referiu ao PÚBLICO o comandante dos Bombeiros de Arcos de Valdevez, seis das quais turistas que foram realojadas numa casa de turismo rural em Arcos de Valdevez, juntamente com outros três residentes, enquanto as restantes foram transferidas para casas de familiares, nas proximidades. O comandante Filipe Guimarães não soube precisar o número de habitações que foram evacuadas.

O fenómeno ocorreu enquanto decorria o jogo entre Portugal e a Bélgica. O alerta foi dado pelos habitantes de duas casas que ficaram posicionadas a 20/30 metros dos limites da cratera. Assistiam à partida quando ouviram “um barulho enorme e sentiram tudo a tremer”, explica o comandante dos Bombeiros, Filipe Guimarães. Depois de saírem das suas habitações, esses populares terão ainda visto “as terras a descer e tudo a ser engolido pela encosta abaixo”.

No local, a fazer uma primeira avaliação, estiveram os Bombeiros, o vereador da Protecção Civil, um representante da junta freguesia e militares da GNR. O fenómeno é em tudo semelhante ao ocorrido em 2000, no lugar de Frades, também no concelho de Arcos de Valdevez, que provocou a morte de quatro pessoas. “Percebemos que era grave e era grande”, afirma o comandante dos bombeiros, apesar das dificuldades criadas pelo ambiente nocturno para percepcionar a extensão do fenómeno, sublinhando que é necessária toda a precaução pois se a terra “voltar a aluir não há tempo de reacção”.

Durante a tarde desta segunda-feira, estiveram no local representantes de uma equipa especializada da Universidade do Minho para fazer uma avaliação mais exaustiva. Foi então decidido que as famílias poderiam regressar às suas habitações, adiantou o presidente da Junta de Freguesia do Sistelo, Sérgio Rodrigues.

Os estudos do terreno deverão continuar nos próximos dias e, nesse sentido, já foram contactadas empresas para fazer o trabalho de perfuração. O responsável pela junta de freguesia do Sistelo adianta que nesta terça ou quarta-feira deverá ficar disponível um primeiro relatório, acrescentando que estão também a ser contactadas empresas de engenharia tendo em vista uma intervenção de consolidação dos solos.

Texto editado por Ana Fernandes

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