Jim Morrison, a morte de um poeta

Na história da música popular o vocalista dos Doors surge como um “espírito livre”, um hitchhiker misterioso e hedonista. A antologia The Collected Works of Jim Morrison completa o retrato. Além de compilar a obra literária de um vocalista que sempre quis ser visto como poeta, divulga materiais interessantíssimos, apontamentos e os versos do diário que escreveu em Paris, onde viria a morrer, que dão pistas sobre os últimos dias de um homem elevado a mito apressadamente.

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Estate of Edmund Teske/Michael Ochs Archives/Getty Images

Toda a gente gosta de romantizar os começos das coisas e não é com os Doors que esta ideia será contrariada. Venice Beach, Califórnia, Julho de 1965. Ray Manzarek, 26 anos, está sentado na areia quando por ele passa Jim Morrison, cinco anos mais novo. Os dois colegas de faculdade terminaram recentemente os estudos em Cinema na prestigiada UCLA. Manzarek, hábil pianista e amante de jazz que está sem saber o que fazer da vida, pergunta a Morrison como tem passado o tempo. A resposta: “Tenho escrito as canções de um concerto de rock excelente que ando a ouvir na minha cabeça.” Ray pede a Jim que lhe cante uma dessas músicas. Tímido, este começa por hesitar, mas lá atende à vontade do amigo. O tema que escolhe chama-se Moonlight Drive; “Let’s swim to the moon” é o primeiro verso.

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