Com novas restrições, Governo prevê manter apoios a sectores mais afectados

Ministra da Presidência afirma que “os apoios vão manter-se” pelo facto de não ser possível manter o desconfinamento como planeado.

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Vieira da Silva afirma que não há condições para prosseguir com o plano de desconfinamento LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

Os apoios aos sectores da economia mais afectados pela pandemia de covid-19 vão manter-se até ao fim do processo de desconfinamento, que esta semana não avança, anunciou a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, no final da reunião do Conselho de Ministros desta quinta-feira.

“Relativamente aos apoios económicos, aquilo que queria dizer é que, naturalmente, esta decisão que hoje tomámos [de não avançar no desconfinamento] significa que se vão manter os apoios aos sectores mais afectados, que estão neste momento em curso e que tinham uma data prevista que acompanhava o fim do processo de desconfinamento. Uma vez que ele ainda não ocorreu, os apoios vão manter-se”, esclareceu a ministra da Presidência, em conferência de imprensa.

“Os apoios serão prolongados em termos que o senhor ministro da Economia anunciará”, acrescentou. Confrontada, várias vezes, sobre os apoios durante a conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, Mariana Vieira da Silva não esclareceu os termos da extensão dos auxílios, justificando que o assunto “não foi tema decidido” durante a reunião governamental desta quinta-feira. Contactado o Ministério da Economia, ainda não foi possível obter dados adicionais sobre esta matéria, até ao momento.

A ministra da Presidência disse não existirem condições para continuar o desconfinamento como planeado, tendo em conta que o país se encontra “claramente na zona vermelha” da matriz de risco de controlo da pandemia.

“Portugal encontra-se, neste momento, claramente na zona vermelha da nossa matriz, pelo que não existem condições para prosseguir [com] o plano de desconfinamento que estava previsto”, afirmou Vieira da Silva.

Segundo disse, a incidência de novos casos de infecção por cem mil habitantes está, actualmente, nos 129,6 e o índice de transmissibilidade do vírus (Rt) nos 1,18 no território continental.

Por enquanto, o apoio aos trabalhadores independentes e empresários em nome individual nos sectores do turismo, cultura, eventos ou espectáculos está previsto durar 30 de Junho.

No lado do apoio à tesouraria das empresas das áreas mais afectadas, o Apoiar, não são conhecidos novos períodos de candidaturas. Dois terços dos apoios a fundo perdido do Apoiar foram para o sector do turismo. Como o PÚBLICO noticiou esta semana, dos 1042 milhões de euros já pagos às empresas, 64% foram processados pelo Turismo de Portugal e os restantes 36% pelo IAPMEI.

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