Catarina Martins defende saída imediata de Eduardo Cabrita: “Está numa situação insustentável”

A líder do Bloco de Esquerda reafirma que o ministro da Administração Interna perdeu a credibilidade com o caso SEF e que a gestão dos problemas em Odemira só evidenciou a insustentabilidade da condução de Eduardo Cabrita.

Foto
Catarina Martins afirma que Eduardo Cabrita perdeu capacidade de exercer o cargo desde o caso SEF Nuno Ferreira Santos

As críticas dos partidos à governação de Eduardo Cabrita continuam. Esta segunda-feira, foi a voz de Catarina Martins que se fez ouvir para reafirmar que o ministro da Administração Interna está “numa situação insustentável”. Para a coordenadora bloquista é “muito difícil explicar que se mantenha em funções”. Já em Dezembro do último ano, Catarina Martins defendia que o ministro da Administração Interna tinha perdido “as condições para o lugar que ocupa”, dada a forma como lidou com a actuação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

Em entrevista à Antena 1, Catarina Martins apontou Eduardo Cabrita como uma das mudanças mais urgentes no Governo socialista, mas esclareceu que as negociações para o Orçamento do Estado para 2022 não estão dependentes de eventuais remodelações. “As remodelações não têm nada a ver com as negociações para o Orçamento do Estado porque seguramente a política do Governo não depende do ministro que está. O Governo é um. Agora, é verdade que há ministros que estão numa situação insustentável há já largos meses”, disse.

A bloquista voltou a insistir que “é muito difícil explicar” que Eduardo Cabrita “se mantenha em funções” desde “a morte de um cidadão às mãos do SEF, que foi torturado até à morte”. “Dos vários casos [que envolveram Eduardo Cabrita], esse é o mais grave e que já devia ter determinado. Dir-me-á que não teve responsabilidade directa, é verdade, mas era o ministro responsável por uma força de segurança que torturou até à morte um homem”, argumentou.

Em Dezembro, Catarina Martins tinha dito que a actuação de Cabrita foi “uma prova de incapacidade face a um dos casos mais graves da democracia portuguesa: um homem foi torturado até à morte por forças de segurança do nosso país”. “É difícil lembrarmo-nos de alguma coisa mais grave numa democracia”, disse.

Esta segunda-feira, a bloquista deu também nota negativa ao executivo socialista, afirmando que “o Governo tem dado pouca atenção ao país, tem dado pouca atenção aos problemas” e “agido tarde”.

Além do Bloco, também o PSD, o CDS, a Iniciativa Liberal e o Chega têm criticado a forma como o ministro conduziu a requisição civil em Odemira e afirmam que Cabrita não tem condições para continuar a liderar a tutela. No seu habitual espaço de comentário na SIC, o social-democrata Luís Marques Mendes afirmou que Eduardo Cabrita deverá abandonar o Governo só depois das eleições autárquicas. 

No fim-de-semana, o Bloco reúne-se para a XII Convenção Nacional, em Matosinhos, distrito do Porto.

Sugerir correcção
Comentar