Morreu Carlito Carvalhosa, nome fundamental das artes visuais brasileiras

Ligado, nos anos 80, ao grupo Casa 7, foi o primeiro artista vivo do seu país a ter uma exposição individual no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Tinha 59 anos.

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Galeria Nara Roesler, São Paulo

O artista visual Carlito Carvalhosa, um dos nomes mais reconhecidos da arte contemporânea brasileira, morreu esta quinta-feira no Hospital Nova Star, em São Paulo, em consequência de um cancro no intestino que lhe fora diagnosticado há quase uma década.

Nascido em São Paulo em 1961, Carlito Carvalhosa integrou nos anos 80 um grupo de jovens artistas paulistas de tendências neo-expressionistas, o Casa 7, e veio a tornar-se, em 2011, o primeiro artista visual brasileiro a ter uma exposição a solo no prestigiado MoMa, o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.

E o interesse internacional pela sua obra não tinha esmorecido, como se confirma pelo facto de o Museu Guggenheim, também em Nova Iorque, lhe ter adquirido um trabalho apenas dois dias antes da sua morte.

Pintor, gravador e escultor, Carlito Carvalhosa estudou na Faculdade de Arquitectura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, fez um curso de gravura em metal no atelier de Sérgio Fingermann, e recebeu no final da década de 80 uma bolsa de um instituto alemão de intercâmbio académico que lhe permitiu viver e trabalhar em Colónia até 1992. 

Influenciado pelo construtivismo no início da sua carreira, uma das características que atravessa várias fases da sua obra é o modo como os seus trabalhos dão a ver os processos de construção, da cera utilizada nas suas telas translúcidas dos anos 80 aos cilindros que moldaram as suas esculturas da década seguinte.

O artista participou em várias bienais, como a de São Paulo, em 1985, a de Havana, em 1986, ou a do Mercosul, em 2009 e 2011. Entre as suas exposições individuais mais recentes contam-se, além da do Moma, as da Kukje Gallery, em Seul, na Coreia do Sul (2013), Possibility Matters, na Sonnabend Gallery, em Nova Iorque (2014), Faço tudo para não fazer nada, na galeria paulista Nara Roesler (2017) ou O comércio das coisas, na galeria Silvia Cintra + Box 4, no Rio de Janeiro, em 2019.

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