Tribunal aprovou tentativa de recuperação da Coelima

Administração mantém-se em funções e viu nomeado o gestor de insolvência que pretendia. Têm 45 dias para apresentar um plano.

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Adriano Miranda (arquivo)

Tal como se esperava, o Tribunal de Guimarães aceitou o pedido de insolvência apresentado pela administração da Coelima 12 dias depois de ter formalmente assumido funções nesta histórica fábrica do têxtil nacional.

A sentença, divulgada nesta quinta-feira, abre caminho ao plano de recuperação que terá de ser apresentado num prazo máximo de 45 dias. A última palavra pertencerá aos credores, que têm 30 dias para reclamar créditos. 

O gestor de insolvência nomeado pela juíza Susana Ribeiro é Pedro Pidwell, que confirmou ao PÚBLICO já ter sido notificado.

Foi aliás esse o nome sugerido pela própria administração da Coelima, que invocou na petição o “vasto currículo” de Pidwell, com “provas dadas" em processos “exigentes” de insolvência e revitalização de empresas.

Soares da Costa, Ricon, Beira-Mar SAD, Belenenses, Páginas Amarelas, Aquapura Douro Valley Hotel, Imoholding, Espírito Santo Financial Portugal, são alguns dos casos mais sonantes dos que passaram pelas mãos de Pidwell

Segundo a sentença, a equipa de gestão da Coelima manter-se-á por enquanto responsável pela administração da empresa, tal como tinha sido requerido.

A Coelima, fundada em 1922, em Guimarães, apresentava a 31 de Dezembro de 2020 um passivo de 29,5 milhões de euros. A petição inicial identifica 250 credores, sendo os maiores a Caixa Geral de Depósitos, dois fundos, a holding que detém a Coelima desde 2011 e uma empresa-irmã (A. de Almeida & filhos).

A Coelima e o Fundo Autónomo de Apoio à Concentração e Consolidação de Empresas (um instrumento da PME Investimentos, controlada pelo Estado via Banco Português de Fomento) detêm 80% dos créditos já identificados. A holding Moretextile reclama um crédito de 1,2 milhões de euros, devido por management fees (taxas ou custos de gestão).

Segundo a administração, a insolvência era o único caminho possível depois da quebra de 62% no volume de negócios em 2020, que fechou com uma facturação de 6,9 milhões de euros. Os 253 trabalhadores têm, até ao momento, os salários em dia.

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