Partido do primeiro-ministro vence as eleições búlgaras, mas longe da maioria

O GERB de Boiko Borisov foi o mais votado, mas terá uma tarefa difícil para encontrar parceiros de coligação para formar um novo Governo.

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Para se manter como primeiro-ministro, Borisov precisa de encontrar entendimentos com vários partidos Eric Vidal

O partido Cidadãos pelo Desenvolvimento Europeu da Bulgária (GERB, conservador), do actual primeiro-ministro Boiko Borisov, foi o mais votado nas eleições legislativas deste domingo, de acordo com as projecções. No entanto, será difícil encontrar parceiros para formar uma coligação governamental.

O GERB alcançou 25% dos votos, segundo as projecções das empresas de sondagens Gallup International e Alpha Research, citadas pela Reuters. As estimativas confirmam o cenário antecipado pelas sondagens dos últimos dias, que já indicavam que os conservadores seriam os mais votados, mas longe da maioria absoluta.

As eleições deste domingo decorreram num contexto de agravamento da pandemia da covid-19 na Bulgária, um dos países da União Europeia mais atingidos pela crise sanitária global. Morreram mais de 13 mil pessoas desde Fevereiro do ano passado por causa da covid-19 e mais de 350 mil foram infectadas.

A vitória do GERB acontece menos de um ano depois de uma onda de manifestações antigovernamentais que deixaram Borisov perto da demissão. No entanto, o prolongamento da crise sanitária e económica retirou força aos protestos.

Borisov, que está no poder desde 2009, terá agora de procurar parceiros para formar uma coligação governamental, mas essa é uma tarefa que se configura difícil. As eleições deixaram um cenário de grande fragmentação e o GERB terá de encetar negociações simultâneas com vários partidos com assento parlamentar, muitos dos quais surgiram na sequência dos protestos e não parecem disponíveis para entregar um executivo liderado por Borisov.

Se não for encontrada uma solução, os búlgaros terão de ser chamados novamente às urnas em eleições antecipadas. A manutenção do impasse poderá tornar ainda mais difícil a situação económica da Bulgária – um dos Estados-membros da UE mais pobres – que tem de apresentar um programa para concorrer ao Fundo de Recuperação europeu no valor de 750 mil milhões de euros.

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