UE aprova sanções contra líderes da junta militar birmanesa

Onze dirigentes do regime ditatorial foram incluídos no pacote de sanções, incluindo o comandante supremo do Exército, Min Aung Hlaing.

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Na Birmânia, os protestos continuam quase diariamente STRINGER / EPA

A União Europeia aplicou sanções a onze dirigentes birmaneses que entende serem os principais responsáveis pelo golpe de Estado de 1 de Fevereiro. É a primeira resposta diplomática europeia contra a junta militar que controla o país asiático.

Entre os visados pelo novo pacote de sanções estão dez membros das Forças Armadas birmanesas, incluindo o comandante supremo e actual líder da junta militar, Min Aung Hlaing. O único civil que está na lista é o principal dirigente da autoridade eleitoral, Thein Soe, nomeado já depois do golpe e que anulou os resultados das eleições legislativas de Novembro.

A UE já tinha condenado o derrube pelos militares do Governo civil liderado por Aung San Suu Kyi, que continua presa, e havia interrompido a assistência financeira prestada à Birmânia.

Bruxelas não exclui alargar o número de indivíduos e entidades abrangidos pelas sanções no futuro. “Ao mesmo tempo, a UE espera assegurar que as medidas não tenham um efeito adverso junto da população geral”, afirma o Conselho da UE, através de um comunicado. As sanções individuais consistem em proibições de deslocação e congelamento de bens.

A última vez que a UE tinha aplicado sanções contra dirigentes birmaneses foi em 2018 por causa da perseguição contra a minoria rohingya.

No mês passado, os EUA já tinham anunciado sanções contra os responsáveis pelo golpe militar e pela repressão violenta das manifestações de oposição à junta.

Depois de um período de transição democrática, que permitiu em 2015 a eleição do primeiro Governo civil desde a independência, a Birmânia voltou a estar sob o jugo dos militares. Desde o golpe de 1 de Fevereiro, que a população tem organizado manifestações e greves quase diárias para contestar o regresso da ditadura.

A junta tem respondido de forma violenta e, de acordo com a ONU, pelo menos 149 pessoas já morreram em confrontos com as forças de segurança em todo o país, embora admita que o número real pode ser mais elevado.

A repressão também atinge os jornalistas que cobrem os protestos. Pelo menos 40 já foram detidos desde o início da crise, incluindo um repórter da BBC, Aung Thur, que foi libertado esta segunda-feira.

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