Perto de 3000 pessoas manifestaram-se em Lisboa contra a gestão da pandemia. Muitos sem máscara

O protesto insere-se na iniciativa World Wide Demonstration, que neste sábado já registou encontros similares em vários pontos do globo, nomeadamente no Reino Unido, Alemanha e Suíça.

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Centenas de pessoas manifestaram-se no Rossio contra as restrições impostas em Portugal LUSA/ANTONIO COTRIM

Quase três mil pessoas manifestaram-se na tarde deste sábado em Lisboa contra a gestão da pandemia de covid-19 em Portugal e por uma maior liberdade individual e social, num protesto que se repetiu também em diversas cidades europeias e mundiais​. A manifestação teve início pelas 15h no Parque Eduardo VII e desceu a Avenida da Liberdade em direcção à Praça do Rossio.

Além de não cumprirem as normas de distanciamento social, a maioria dos manifestantes não usava máscara de protecção individual, duas medidas importantes para combater o contágio por covid-19. Nos cartazes que transportavam podiam ler-se frases de protesto contra o uso de máscara, antivacinação, contra o passaporte de vacinação ou relativas às medidas de confinamento impostas. 

Ao longo de mais de três horas de acção de protesto entoaram-se ainda o hino nacional ou a canção Grândola Vila Morena, de Zeca Afonso. Contudo, o foco esteve nos discursos dos diferentes oradores, que criticaram a dimensão das medidas de restrição e lembraram as vítimas de outras doenças além da covid, que disseram ter ficado sozinhas e esquecidas nesta pandemia.

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A acção foi organizada a partir da Internet e contou com a vigilância de um dispositivo da Polícia de Segurança Pública (PSP), que não registou incidentes, à excepção de alguns autos levantados por consumo de álcool na via pública.

O encontro insere-se na iniciativa World Wide Demonstration, que neste sábado registou encontros similares em vários pontos do globo, como por exemplo no Reino Unido, Alemanha e Suíça.

Já morreram 16.762 pessoas com covid-19 em Portugal

Portugal registou esta sexta-feira mais oito mortes por covid-19 e 457 novos casos de infecção, de acordo com o boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS) divulgado neste sábado. O total de vítimas mortais no país ascende assim às 16.762 pessoas e o de infectados sobe para 817.080 desde o início da pandemia.

Continuam hospitalizados em Unidades de Cuidados Intensivos 170 doentes (menos 12 que no dia anterior). O relatório de situação actualizado indica ainda que há um total de 744 pessoas internadas.

Lisboa e Vale do Tejo contabiliza o número mais elevado de mortes acumuladas desde o início da pandemia em Portugal, 7080 pessoas morreram por covid-19 naquela região, mais seis nesta sexta-feira. 

Com 3% da população portuguesa já imunizada contra a doença causada pela SARS-CoV-2, foram vacinadas na última semana 85.498 pessoas. No total, 827.902 pessoas já receberam pelo menos uma dose da vacina desde o início do plano de vacinação, a 27 de Dezembro de 2020, o que se traduz em 8% da população portuguesa. 

Enquanto Portugal avança gradualmente no desconfinamento, vários países europeus ponderam — ou já anunciaram — um endurecimento das restrições

Na França, o confinamento regressou para 21 milhões de pessoas ao bater da meia-noite deste sábado, com as restrições a abrangerem 16 zonas do país. Na Alemanha, as medidas de contenção à pandemia mantêm-se e não há qualquer espaço para desconfinamento até à Páscoa. Também Itália se viu obrigada a tomar medidas mais musculadas de confinamento, cenário que se repete na Polónia. com Lusa

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