Mineápolis vai pagar 27 milhões de dólares à família de George Floyd

Acordo acontece na mesma semana em que começou o julgamento do ex-agente da polícia Derek Chauvin, o principal acusado no homicídio de George Floyd.

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Bridget Floyd falou à imprensa na segunda-feira, quando começou o julgamento do agente Derek Chavin por homicídio CRAIG LASSIG/EPA

A cidade de Mineápolis, no estado norte-americano do Minnesota, chegou a acordo com a família de George Floyd no âmbito de um processo judicial sobre a morte causada por um polícia da cidade, Derek Chauvin, e vai pagar 27 milhões de dólares (22,5 milhões de euros) à família.

A cidade anunciou o acordo, dizendo que este iria ser mais tarde apresentado numa conferência de imprensa com o mayor Jacob Frey e membros da família de Floyd.

George Floyd, um negro de 47 anos, foi morto pelo agente da polícia Derek Chauvin, que manteve um joelho sobre o seu pescoço para o imobilizar por suspeitas de que teria usado uma nota falsa de 20 dólares. Os longos minutos em que Chauvin manteve o joelho no pescoço de Floyd foram filmados e o vídeo foi divulgado, provocando uma indignação generalizada. A súplica de Floyd no vídeo - “não consigo respirar” - tornou-se numa palavra de ordem de protestos contra o racismo nos EUA.

A irmã de Floyd, Bridget Floyd, disse num comunicado que a família está “satisfeita por estar resolvida esta parte do nosso trágico caminho para obter justiça para o meu irmão George”.

“Os nossos corações podem estar partidos, mas encontramos conforto ao saber que mesmo na morte, George Floyd mostrou ao mundo como viver”, disse ainda.

O acordo acontece na mesma semana em que começou, no tribunal distrital de Hennepin, o julgamento de Chauvin, acusado de três crimes de homicídio (culposo, negligente, e em terceiro grau), com um período de três semanas para escolher os membros do júri. Chauvin declarou-se inocente e argumentou que seguiu as orientações do treino que recebeu como polícia.

No ano passado, os familiares de Floyd processaram a cidade, Chauvin e outros três agentes num tribunal federal, argumentando que a polícia usou força excessiva contra Floyd, violando os seus direitos constitucionais.

O acordo inclui uma contribuição de 500 mil dólares da família para o cruzamento onde Floyd morreu, que tem estado barricado pelos habitantes, o que impede o acesso da polícia, e onde se juntam flores e outros tributos a Floyd.

Os outros três agentes que estavam com Chauvin vão ser julgados, em Agosto, por terem ajudado e encorajado o homicídio. Os quatro foram afastados da polícia.

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