A Ciência como verbo de encher

A governação de Passos Coelho prejudicou gravemente a I&D, mas a de António Costa, por muitas loas à ciência que dê, não conseguiu até agora dar a necessária volta.

A ciência em Portugal conheceu, com a visão e a acção determinadas de José Mariano Gago, um crescimento enorme nos últimos 25 anos, desde que, no governo de António Guterres, surgiu o Ministério da Ciência e a Tecnologia. De facto, se olharmos na Pordata para o investimento, há um claro aumento nos primeiros 15 anos, até 2011, quando se atingiu 1,6% do PIB em despesas em Investigação e Desenvolvimento (I&D), e um declínio logo a seguir que ainda não foi debelado: o valor mais recente, de 2019, é 1,4%, muito distante da média europeia, que é 2,2%. Do investimento nacional cerca de metade é privado, ao passo que na média europeia este contributo é mais de dois terços. Quer no público, quer no privado, o investimento em I&D é insuficiente. Oxalá a recente reactivação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia ajude os decisores políticos a perceberem esse défice. Só com conselhos pluridisciplinares, formados por pessoas sábias e experientes, se conseguem melhores decisões sobre a res publica.

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