Três polícias fogem da Birmânia e pedem refúgio na Índia

Agentes dizem que receberam ordens militares que não podem cumprir. Fuga acontece na sequência do dia mais violento na onda de repressão dos protestos contra o golpe militar de 1 de Fevereiro.

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Pelo menos 38 pessoas foram mortas na quarta-feira Reuters/KHIT THIT MEDIA

Três agentes da polícia da Birmânia passaram a fronteira para o estado indiano de Mizoram e pediram refúgio no país, avança a agência Reuters.

“Eles disseram que receberam ordens dos líderes militares que não podem cumprir, e foi por isso que fugiram do país”, disse Stephen Lalrinawa, o superintendente da polícia do distrito indiano de Serchhip, no estado de Mizoram.

A Índia partilha uma fronteira de 1643 quilómetros com a Birmânia, onde mais de 50 pessoas foram mortas no último mês na repressão dos protestos contra o golpe militar de 1 de Fevereiro.

Pelo menos 38 pessoas morreram na quarta-feira na Birmânia, no dia mais violento desde o início dos protestos contra o golpe militar de 1 de Fevereiro.

As forças de segurança abriram fogo sobre as multidões em várias cidades e há relatos de que pelo menos duas das vítimas são crianças.

Uma estudante disse à BBC que vários manifestantes foram mortos perto de sua casa, em Mandalay. Polícias e soldados “começaram a disparar contra os civis sem qualquer aviso. Chegaram e começaram a disparar. Usaram balas de borracha, mas também munições reais para matar civis”.

Os manifestantes têm saído à rua não só para exigir o fim do golpe militar, mas também para pedir a libertação dos políticos detidos, entre eles a Nobel da Paz Aung San Suu Kyi.

Os líderes da Junta Militar justificam o golpe com acusações de fraude eleitoral nas eleições que deram uma vitória esmagadora ao partido de Aung San Suu Kyi.

O dia mais violento da repressão dos protestos aconteceu um dia depois da tentativa de negociação dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países vizinhos do Sudeste Asiático com a junta militar para uma saída pacífica da crise.

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