Marcas de beleza comprometem-se com a sustentabilidade

Guerlain, Clarins e Klorane apostam em fórmulas e embalagens mais amigas do ambiente.

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Anna Costa

São cada vez mais as marcas internacionais que abraçam a causa da natureza e da sustentabilidade não só na forma como embalam os produtos, o chamado packaging, como alterando as fórmulas, introduzindo ingredientes mais naturais e produzidos de uma forma mais sustentável, mas defrontam-se com algumas dificuldades, reconhece Cécile Lochard, directora de desenvolvimento sustentável da Guerlain, numa conferência de imprensa internacional, via Zoom.

Aos jornalistas a responsável e a sua equipa explicam que é mais fácil alterar fórmulas de produtos que não tenham cor, como são, por exemplo, os cremes hidratantes. Já para as bases, pós e outra maquilhagem de rosto, incluindo bâtons, o desafio é maior, porque, além da cor, também é expectável que os produtos tenham qualidade e possam fixar-se no rosto durante todo o dia. Mas a marca francesa — conhecida por há 30 anos, em parceria com a Associação Britânica de Conservação das Abelhas Negras, por proteger esta espécie, já que utiliza o mel em produtos de uma das suas gamas — para garantir a maior transparência das suas práticas ambientais desenvolveu uma plataforma que permite ver e fazer a rastreabilidade dos seus fornecedores, ou seja, conhecer a origem dos ingredientes utilizados nos produtos de beleza e perfumes.

No caso do pó bronzeador Terracota, um best-seller de vendas há cerca de quatro décadas e que escolheu Sara Sampaio (na imagem) para rosto da sua nova campanha, 96% dos ingredientes são de origem natural. Já nas bases Element são 97% e nos bâtons Kiss Kiss é 95%. 

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Sara Sampaio é o rosto do pó bronzeador Terracota DR

No caso da também francesa Clarins, a aposta nos produtos de cuidado do rosto tem sido em introduzir mais ingredientes naturais e muitos deles produzidos localmente, como é o caso do edelvaisse (Edelweiss), oriundo dos Alpes. É usado em produtos como os desmaquilhantes e tónicos de limpeza do rosto. O compromisso para 2025, diz a marca, é de os seus produtos serem 100% sustentáveis, usar 80% de extractos de plantas orgânicas e que as suas fórmulas solares e de limpeza sejam biodegradáveis, ou seja, que não prejudiquem as águas. Além disso, o desafio é o de ter 100% das suas embalagens recicláveis — em França, a marca foi a primeira a abolir os sacos de plástico, em 1999. 

Em comunicado, Virginie Courtin-Clarins, directora-geral da marca, declara que se o mote é “Clarins torna a vida mais bela”, o objectivo é “transmitir um planeta mais belo” às novas gerações. “Estamos conscientes do quanto devemos à humanidade e à natureza, porque todos os nossos produtos dependem das plantas. Sempre soubemos que temos a responsabilidade de proteger e cuidar de ambos”, declara.

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Produção de plantas nos Alpes da Clarins DR

Quem também faz uma aposta no edelvaisse e em ingredientes naturais é a Klorane, líder em Portugal na venda em farmácia de produtos antiqueda do cabelo. A nova fórmula do champô, bálsamo e sérum inclui esta planta, pois activa o crescimento do cabelo. A quinina, que já era usada na fórmula anterior, mantém-se, pois ajuda a travar a queda. Aliás, 98% dos ingredientes são de origem natural, aponta a marca numa apresentação esta semana. Além disso, acrescenta Mariana Caraça, directora de marketing da Pierre-Fabre, a marca de dermocosmética está comprometida com a sustentabilidade: retirar 184 toneladas de plástico e 55 toneladas de cartão de circulação (actualmente os champôs já não vêm no interior de uma caixa, como até há uns anos e o plástico usado é 100% reciclado). 

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